Informações Milena Lopes, Jornal de Brasília
O Governo do DF reagiu prontamente às críticas do ex-vice-governador – e pretenso candidato ao Palácio do Buriti – Tadeu Filippelli à administração do governador Rodrigo Rollemberg – a entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília foi publicada na edição de ontem. O secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, diz estranhar que o peemedebista ainda “tente afrontar a sociedade” com a ideia de que deu certo o governo de Agnelo Queiroz, do qual Filippelli participou.
“Entregaram uma cidade arrasada. Salários atrasados, fornecedores sem receber, o caos na saúde, apesar do ambiente de crescimento econômico no País”, dispara Sampaio, ao cravar: “A verdade é que já consertamos quase todo o estrago.”
Conforme o chefe da Casa Civil, a atual gestão conseguiu reduzir a Dívida de Exercícios Anteriores a R$ 800 milhões. “A dívida deixada pelo governo anterior totalizava R$ 3 bilhões e um rombo orçamentário de R$ 3,5 bilhões”, conta.
E citando a austeridade tão propagada pela equipe de Rollemberg, diz que foi estabelecida uma “severa política de controle dos gastos públicos”. O que não aconteceu no governo passado – palavras de Sérgio Sampaio.
Crise hídrica
Na entrevista, Filippelli diz que o governo de Agnelo Queiroz fez investimentos para prevenir a crise hídrica, ao contrário do que Rollemberg tem dito: que, nos últimos 16 anos, não foi realizada nem sequer uma obra. “O governo retomou as obras do Sistema Produtor de Água de Corumbá em janeiro de 2015. As obras, lançadas em 2013, estavam paralisadas. A captação e a distribuição de água irão beneficiar 1,3 milhão de moradores de parte de residências do Distrito Federal e de Goiás. Para o DF, a construção custa R$ 275 milhões”, destaca o secretário.
A integração do transporte público foi citada pelo ex-vice-governador como já existente. Filippelli criticou a propaganda do atual governo de que implementará o bilhete único. “O cartão não existe para a população até porque ele é um arremedo de integração”, provoca Sampaio. Ele diz que, no planejamento do bilhete único, bicicletas compartilhadas serão incluídas como um quarto modal no sistema. “Temos construído mais de 400 quilômetros de ciclovias e a frota de ônibus, de 3,2 mil veículos, será equipada com GPS, o que permitirá estimar os horários em que cada um vai passar nas paradas e informar o usuário em tempo real, por meio de aplicativo”, promete o secretário.
Saiba mais
- Tadeu Filippelli disse que tanto está à disposição para ajudar Rollemberg a governar, que, recentemente, esteve com ele para discutir sobre regularização fundiária.
- ”O governo não se cansa de conversar com aliados e adversários. Conversaremos com todos os partidos, todos os sindicatos, todos os representantes de classe. Nossa única exigência: discutir coisas para o bem da população”, disse Sérgio Sampaio, um dia depois de se negar a receber em reunião a presidente do Sindsaúde-DF, Marli Rodrigues.
Para a Saúde, boa gestão
Na entrevista, Filippelli criticou uma das frases que Rollemberg mais repetia na campanha ao Palácio do Buriti, quando se referia à saúde pública: “Dinheiro tem, mas falta gestão”. E disse que, nestes dois anos e quase três meses de governo, as áreas prioritárias pioraram. “Chegamos em janeiro com 100% de abastecimento de antibióticos, 85% de medicamentos gerais e 80% de materiais médicos”, defende Sampaio.
“Entregamos a pediatria do Gama, com a contratação de novos profissionais, vamos mudar o Hospital de Base, com autonomia financeira e operacional. Queremos torná-lo referência nacional.”
PT: não é base!
Conforme Sérgio Sampaio, a Secretaria de Saúde tem feito “enorme esforço” para regularizar, por exemplo, os contratos de aquisição de materiais e serviços. A pasta, ele diz, fez licitações que não eram realizadas há mais de dez anos.
O ex-vice-governador citou que o PT é “base declarada” do atual governo, o que foi refutado pelo Buriti. “O PT tem votado com o governo em projetos de interesse da população brasiliense, o que não significa que o partido aderiu à base de apoio”, diz o secretário.
Na lista de realizações de Rollemberg, Sampaio cita o corte de “mais de quatro mil cargos comissionados” na estrutura do governo. “Expandimos mais 44 escolas em tempo integral, beneficiando 45 mil estudantes; construímos e reformamos 15 terminais rodoviários; iniciamos a construção da Represa do Bananal; ampliamos o projeto Descoberto Coberto, com a plantação de mais de 100 mil mudas”, diz.
As ações, ele opina, “só reforçam que Brasília está no rumo certo”. Se tem uma coisa que esse governo não parou foi de trabalhar. Palavras do chefe da Casa Civil.