Enquanto o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) e o Ministério Público cobram que os médicos preencham em detalhes os prontuários dos pacientes – o que é orientação geral em qualquer serviço de saúde –, o secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, protagonizou uma situação que está gerando questionamentos que podem acabar em embaraço com o CRM.
Segundo postagem feita por ele mesmo no perfil do Facebook, no sábado (4), ele, que é médico de família e comunidade, e o subsecretário Ismael Alexandrino, que é intensivista, teriam atendido 60 crianças no pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional do Gama na manhã daquele dia.
Sabe-se pelos registros que Ismael atendeu 12 crianças. Isso deixaria 48 na conta do secretário. Em um plantão de cinco horas, isso equivaleria a um paciente a cada seis minutos – coisa que dificilmente se vê um pediatra fazer e está abaixo do que preconiza o próprio Ministério da Saúde.
Além disso, ninguém sabe, ninguém viu os prontuários desses atendimentos.
Aí aparecem os questionamentos: um servidor que não tem função de assistência aos pacientes pode entrar no sistema para atender e prescrever? Ele usou a matrícula de outro servidor? Ele não preencheu os prontuários? Ou não atendeu paciente nenhum?
E o que o CRM pensa disso?
Fonte: Redação