Eu acompanhei bem de perto as eleições de 2014. Lembro dos candidatos José Roberto Arruda, Luiz Pitiman, o ex-governador Agnelo Queiroz e o então senador Rodrigo Rollemberg. Eu já achava que Arruda era um erro da direita, e assim, ele foi rifado pela justiça. Acertei em cheio.
Com Arruda fora, pensei que Agnelo já estaria no segundo turno. Mas não. Arruda foi rifado e veio Frejat, que mesmo com pouco de tempo de campanha conseguiu tirar Agnelo do páreo. Rollemberg, em que eu não apostava de jeito nenhum, saiu do ostracismo e derrotou as previsões, tornando-se assim, governador com uma certa folga.
Em 2014 ninguém acreditava em Rollemberg, nem ele mesmo. Mas uma pessoa já dizia aos quatro cantos que a coligação era vencedora. Quem? o jornalista Hélio Doyle.
Doyle foi um dos coordenadores e articuladores da campanha de Rollemberg. Enquanto dizia que o seu candidato iria ganhar a eleição, os jornalistas e imprensa debochavam, mas Doyle estava certo e assim aconteceu. Rodrigo Rollemberg foi governador e Hélio foi aplaudido.
Eu só escrevi esse texto depois que conversei com uma fonte palaciana nessa última quinta-feira,12. A conversa foi tão boa que nem acompanhei a coletiva do governador. Algumas frases ditas pela fonte me deixou pensativo. “O Hélio nunca foi o culpado pela falta de articulação do governo”, “Ele teve carta branca do governador para colocar as coisas em ordem”, “Hélio foi o bode expiatório nessa história toda”, “Rodrigo nunca gostou dos distritais e os fatos de hoje provam isso”. As análises da fonte são bem fortes.
A pessoa conviveu com Hélio nos tempos de Casa Civil e nem gostava tanto dele assim. Por isso, dei crédito as suas falas.
Nos primeiros seis meses de governo, Hélio foi apontado coma a figura que plantava a discórdia entre parlamentares e governador Rodrigo Rollemberg. Coisa nenhuma. Rollemberg prometeu um estilo novo de se fazer política com menos toma-lá-da-cá.
Acreditou e caiu do cavalo. Os poucos sorrisos e o jeito sisudo do ex-chefe da Casa Civil contribui para a sua imagem ficar péssima.
Com a saída de Hélio Doyle da Casa Civil, todos sabem que quem estava por trás da discórdia era o próprio governador. Hélio só seguiu um cronograma de governo e teve carta branca para fazer e acontecer, pagou caro. O jornalista foi alvo da imprensa e principalmente de blogueiros.
Na sua despedida estive lá e percebi sua mágoa e um certo olhar de injustiçado. Não é para menos, a campanha para a sua derrubada foi terrível. Aliás, para minha direção, seu olhar era fulminante.
Hoje a relação dos deputados distritais está muito pior do que nos tempos de Hélio Doyle. Ainda me lembro das palavras do deputado distrital Chico Vigilante. “Odir, um dia você irá ver que o Hélio era o único que tinha juízo nesse governo. O tempo irá mostrar que o Hélio não era o vilão”. Nunca esqueci essas palavras. De fato, Chico tinha razão.
A atual crise política mostra que Hélio Doyle nunca teve culpa, o próprio governador Rodrigo Rollemberg não quis papo com os deputados distritais. Sim, o tempo é senhor da razão.
Mea-culpa, feita.
Fonte: Redação