A relação entre Executivo e Legislativo nunca primou, em regra, por bases programáticas, que envolvessem unicamente os interesses da população.
Há muito que esta relação passa, de um lado, pela competência e capacidade do Executivo em se mostrar bem perante a opinião pública, seja executando obras ou realizando programas e serviços, que atendam a população nos seus legítimos anseios. Afinal governo forte arrasta apoio parlamentar.
De outro lado, se mesmo num Executivo fortalecido, não é fácil evitar as famosas indicações políticas, ou o velho toma lá dá cá, no governo fraco este tipo de conduta se mostra mais acentuada ainda, na medida em que, sem respaldo popular, as ações legislativas de interesse do governo passam a ser tratadas no balcão. Um cargo pra cá, outro pra lá.
Rollemberg assumiu negando esta pratica, mas errou o tom e exagerou perante os Distritais, ao invés de somar, dividiu. Quem não lembra o famoso episódio das gravações de distritais em pleno Buriti.
Alguns parlamentares inclusive apontaram o dedo para a Casa Civil, que destoava do discurso de campanha, onde a marca da nova política falou alto, e não correspondia as ações iniciais do GDF, que parecia então desdenhar do poder vizinho.
Passado um ano de agruras, com baixa popularidade e erros sem fim, em todas as áreas, mudou-se o discurso e a porta da esperança para as indicações explícitas. Da empregada ao soldado, trocando os menos fiéis pelos mais afáveis no comando de órgãos e ocupação de cargos.
Na exoneração do então Secretário de Justiça, João Carlos Souto, tivemos um fato emblemático, do famoso recado pedagógico ao deputado Raimundo Ribeiro, palavras de assessor palaciano.
Afinal um 2016 se iniciava e o governo queria se oxigenar. Tipo primeiro os meus. Fiéis à frente vamos aprovar tudo que precisamos, não importa o preço a pagar.
Mas esta prática desandou quando o Buriti resolveu meter a colher na reeleição da Câmara, dando fôlego aos postulantes a suceder a presidente Celina Leão, que de aliada de primeira hora, virou pedra no sapato do governo.
Agora temos o limpa em São Sebastião, por um certo comportamento dúbio, a demonstrar que o governo não vai tolerar infidelidade. Na verdade mais parece com subserviência, pela forma como se vazou os motivos da limpeza na administração regional, então sob o comando do Deputado Lira e outros já se anuncia que terão o mesmo tratamento. Mal presságio.
Contudo a nova política erra e ao contrário do que se pensava tem péssima repercussão nas cidades. Para quem prometeu uma nova política, explicitar agora as velhas práticas fica muito pior.
O caldo desanda mais ainda quando além de tudo se passa recibo do que praticava às escondidas e que antes condenava.
Fonte: Redação