Cartel dos combustíveis: relato de um jornalista

Por Áureo Germano 
Em 2003, tive o prazer de escrever junto com um dos mais competentes repórteres policiais do DF, Luis Augusto Gomes, amigo com o qual muito aprendi sobre a vida e a profissão, uma série de reportagens sobre o, até então, suposto cartel de postos de gasolina do DF.
Já naquela época, denunciamos no Jornal de Brasília essas mesmas práticas investigadas na Operação Dubai, que prendeu, ontem (24), empresários suspeitos de envolvimento em crimes contra a população e a economia do DF.
Esse material repercutiu na criação da “CPI dos Combustíveis”, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em 2004. Sob a presidência do deputado Chico Vigilante e o auxílio precioso de corajosos, como Raimundo Miquilino, do sindicato dos frentistas, e de Laércio Alencar, nosso sabe-tudo, a apuração rendeu o indiciamento de empresários, representantes do sindicato patronal e de diversas outras empresas envolvidas nesse grupo, que há anos extorque os consumidores da região.
Mais do que isso, a repercussão das investigações da CLDF fez cair em até 20% o preço da gasolina no DF, o que foi um efeito praticamente imediato e muito gratificante para todos os que estavam envolvidos nos levantamentos. Espero que ele se repita.
Encerrada a comissão, o relatório foi encaminhado a esses órgãos que estão à frente das apurações e, pra nossa sorte, elas não pararam.
Depois, vieram os processos. Respondi mais de uma dezena deles baseados nas matérias que escrevi. 
Não sofri nenhuma condenação. Ganhei todos.
Agora, sem surpresa, vejo alguns de seus autores de volta à lista de acusados.
Que a Justiça continue.

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