Cerca de 40% da população da Estrutural tem renda de até um salário mínimo, que corresponde a R$ 998, enquanto 26% dos moradores do Plano Piloto recebem 20 ou mais salários mínimos. Os dados são destacados na segunda edição do Mapa das Desigualdades do Distrito Federal, lançado pelo Movimento Nossa Brasília, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Oxfam Brasil.
A publicação analisa as desigualdades que permeiam o território do Distrito Federal, a partir do cruzamento dos dados coletados na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD – Codeplan/2019) do Governo do DF com pesquisas qualitativas realizadas pelas organizações.
A pesquisa mostrou que cerca de 55% da população está entre a renda baixa e média baixa, sendo que as de menores rendas residem na Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá e Recanto das Emas e Varjão.
O Mapa das Desigualdades mede e compara, além de renda, dados sobre saúde, educação, saneamento básico, entre outros, de regiões administrativas do Distrito Federal em contraste com o Plano Piloto. Nesta edição, as cidades pesquisadas foram Samambaia, Estrutural, São Sebastião, Paranoá e Itapoã.
“São as cidades mais desiguais do DF, as cidades mais negras e de maior baixa renda. Temos realidades muito díspares das do Plano Piloto, Lagos, Park Way e Sudoeste”, afirmou Cleo Manhas, assessora política do Inec e membro do Nossa Brasília.
Para a educadora, a importância do levantamento está em servir de ferramenta para políticas públicas.
“É preciso que se planeje e execute políticas de ação afirmativa, de infraestrutura das cidades, especialmente aquelas com menores rendas e piores condições de vida”, disse a pesquisadora.