Por Elton Santos/Guardian Notícias
Em 1963, o meteorologista e matemático Edward Lorentz iniciou um estudo, que era importante, mas se tornou público apenas nove anos depois de terminar sua elaboração. E ficou conhecido como a Teoria do Caos. Segundo ele, neste trabalho, pequenas perturbações podem trazer resultados aparentemente caóticos.Seria a “desordem organizada”.
É assim, mais ou menos – como os deputados conversam entre si -, o rito que o governador Rodrigo Rollemberg tem ditado na área de saúde pública e a greve de seus respectivos servidores.
Há entendimento de que a paralisação, que já dura 20 dias, pode ser usada para precipitar a implantação das Organizações Sociais. São as OSs para gerenciar hospitais e postos médicos. Uma ideia, até então negada pelo governo, mas reconhecida nas últimas semanas, principalmente com a chegada do novo secretário, Fábio Gondin.
A greve das 32 categorias da área de saúde é justa, principalmente, sob o ponto de vista legal – o reajuste é um direito adquirido por eles. Mas o mesmo movimento pode ser usado contra os servidores no futuro.
Para a estratégia de transformar o Rollemberg em Edward Lorentz dar certo, jogar a população contra os servidores também tem sido usada, segundo o mesmo entendimento das conversas parlamentares na Câmara Legislativa.
Pregam a situação caótica financeira para evitar os reajustes salariais, indignam os servidores, eles fazem a greve, a população sente o drama, e o governo lança a privatização da Saúde Pública, apoiada justamente pela própria sociedade. É isso que Rollemberg quer, e está conseguindo.
E como na Teoria do Caos, nesses primeiros meses de gestão de Rollemberg, nem tudo que parece é. E contrapondo a tese defendida por boa parte da população, de que o governador está confuso, há especialistas no assunto, classificando o socialista de grande estrategista. Só o tempo vai dizer…
Fonte: Redação