O Especial de Natal do Porta dos Fundos vem causando mais polêmica que a própria traição de Judas a Jesus Cristo. Em consequência, a visualização do filme aumentou, e muito, e o streaming não perdeu nenhum assinante.
Se não bastasse a reação dos deputados federais Bia Kicis (PSL-DF) e Júlio Cesar (Republicanos –DF) contra a Netflix, exigindo explicações sobre o filme publicado no dia 3 de dezembro deste ano, o deputado pediu ao Ministro Moro uma ação contra o filme. Veja reportagem a respeito, já publicada aqui.
Sobre o caso vários outros deputados e líderes religiosos já se pronunciaram. O que me intriga não é o fato de eles se posicionarem, até aí tudo bem, mas a hipocrisia de parte da bancada evangélica e seus líderes religiosos que não medem esforços para supostamente defenderem a tradicional família e os bons costumes, mas deixam passar alguns casos em que deveriam despender a mesma energia. Por exemplo, não vi nenhum deles opinar nos casos envolvendo, neste ano, o apresentador Sílvio Santos e suas declarações, no seu programa de domingo, muitas vezes homofóbicas, racistas e que deram a crianças uma conotação sexual.
Não se posicionaram contra as declarações do presidente e seus filhos incitando o ódio e a ditadura, entre outras coisas mais. Não vi também manifestações contra as mortes em bailes de funk, também não vi os assassinatos de pessoas em favelas por ações das polícias e variados casos contra os direitos humanos de milhares brasileiros, ou a falta de condições dignas para sobrevivência de uma grande parcela da população que vive em condições sub-humanas e miséria. Não! Nesses casos, eles preferem não opinar, vendar os olhos e manter a cabeça baixa.
Sua fé e doutrina tem classe, gênero e escolha do que defender. Hipocrisia estampada em ordem e progresso.
XoXo
Jhonny B