O Brasil iniciou 2020 em alta voltagem política e abalado pela epidemia de coronavírus. O confronto do ano passado manteve-se na agenda. A temperatura política elevada, além de favorecer conflitos e disputas, antecipa os movimentos sucessórios de 2022.
Esperava-se que as boas expectativas econômicas e as declarações reformistas da Câmara e do Senado aliviassem as tensões políticas. No entanto, não foi o que aconteceu, visto que o governo tem como estratégia manter o embate ideológico acirrado.
O presidente Jair Bolsonaro, entretanto, visa a manter mobilizado o eleitorado que o elegeu. Com esse grupo agradado, pensa que poderá estar no segundo turno das eleições de 2022. E o Congresso? Desde que Jair Bolsonaro decidiu não praticar o presidencialismo de coalizão, a Casa resolveu atuar com maior autonomia em relação à agenda do Executivo. O sinal foi dado já no início do governo, quando um decreto legislativo revogou o decreto presidencial sobre o sigilo de documentos.