Uma área do condomínio Mestre D’Armas, Setor Habitacional Arapoanga, em Planaltina, vai virar uma praça em homenagem a Letícia Curado, 26 anos,vítima de feminicídio. A proposta foi aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em sessão extraordinária nesta segunda-feira (28).
A advogada saiu, por volta de 7h do dia 23 de agosto no ano passado, para ir ao Ministério da Educação, onde ela trabalhava. De acordo com a investigação da Polícia Civil do DF, ela foi assassinada pelo cozinheiro Marinésio Olinto, 41 anos, que confessou ser o autor da morte de Letícia e de outras mulheres.
“O nome de Letícia representa a vida de milhares de mulheres que sofrem abusos em uma sociedade marcada pelo machismo estrutural”, defendeu o autor da homenagem, deputado Claudio Abrantes (PDT), presidente da CPI do Feminicídio da CLDF.
Abrantes argumenta que o machismo estrutural que assola o Brasil objetifica, despreza, limita e mata mulheres.
O deputado Fábio Felix (PSOL), relator da comissão, citou que “lembrar para não repetir é um adágio importante em diversas frentes”. Para ele, além de prestar homenagem à jovem, o nome da praça deixará registrado na memória do povo brasiliense um recado sobre a importância da vida das mulheres e um aviso de que essa violência não será mais tolerada.
“É um ato simbólico que funciona como lembrete para os saudosos dos tempos em que o corpo feminino era propriedade masculina de que vivemos em outro momento e que há aqueles que não aceitarão violências e saudosismos ignorantes”, alegou.
Além de Felix, participaram da reunião do colegiado, transmitida ao vivo pela TV Web CLDF, os deputados Martins Machado (PRB) e Iolando (PSC). Agora, o projeto irá à análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de onde seguirá para apreciação do plenário.