Erros da campanha de Lula devolve Bolsonaro ao jogo

Por Eduardo Pedrosa

Erros da campanha de Lula transferem favoritismo a Bolsonaro

No embalo dos erros conceituais da campanha do Lula, Bolsonaro surfa na onda de um favoritismo que também ganha impulso nas trapalhadas arbitrárias do Ministro Alexandre Moraes.
No campo das redes sociais, Lula escolheu para comandar sua militância, André Janones, deputado federal reeleito por MG, que em nada contribuiu para se diferenciar da “milícia digital” bolsonarista.

A linha de enfrentamento adotada por Janones, trouxe à tona pautas que apenas ganhavam repercussão no “quadradinho” virtual desenhado por Carlos Bolsonaro.
A campanha de Lula não precisava se manifestar sobre aborto, muito menos banheiros compartilhados, afinal são pautas que já foram superadas há muito tempo. Até mesmo os conservadores mais ferrenhos já não conseguem se convencer de que tais temas ainda sejam cabidos. Aos liberais, a negação da campanha de Lula sobre determinadas questões, soa como falso.

Nem convenceu, muito menos agradou aqueles que há muito já haviam sepultado uma pauta de costumes que não tem mais lugar neste tempo.

A sucessão de erros não para por aí: com tanta gente de bem que mora no Complexo do Alemão, o pedido de votos para Lula durante os bailes funks promovidos pelas facções criminosas do tráfico é um absurdo tão enorme quanto o convívio com as milícias.

Outro aspecto inusitado nesta campanha eleitoral é a intromissão do judiciário, notadamente do Ministro Alexandre Moraes, que com sua “censura”, ou chamem da forma que quiserem, só tem ajudado a conter a milicia digital bolsonarista que, ao contrário do que pensam, prejudicam muito mais o Presidente em campanha, considerando a quantidade de notícias inverídicas.

Numa analogia simples, Moraes sentou na ponta rente ao chão da gangorra, deixando Bolsonaro sentado no alto do “brinquedinho”.
Talvez o ensandecido Roberto Jefferson prejudique Bolsonaro, porém o presidente lhe fez uma reprimenda pública perante a nação.

Resta saber se será o suficiente para estancar a crise provocada pela reação tresloucada do seu aliado, afinal o discurso de ódio deixou de ser bravata, e a sociedade ainda está atônita.


De outro modo, Lula não se mostrou preparado para o segundo turno. Em que pese que o apoio de boa parte intelectualidade nacional, até o momento seu plano de governo não veio à público.

Já Bolsonaro parece que se convenceu de que mentiram para ele quando diziam que ele venceria a eleição no primeiro turno. Caiu a ficha a tempo e o presidente/candidato resolveu sair do cercadinho e moderar seu discurso para alcançar todos os brasileiros.

Apesar de ser minoria no meu ciclo mais íntimo, meu sentimento é que Bolsonaro será reeleito no próximo domingo. Respeito às opiniões contrárias, mas prefiro opinar agora, do que ser chamado, ao final da apuração, de engenheiro de obra pronta.

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