Se política é a arte do possível, Ricardo Vale está para a CLDF como Da Vinci está para o Renascimento. Ele não apenas foi eleito vice-presidente da Casa Legislativa, como teve a façanha de ser reeleito ao cargo, e o melhor: com votos de todas as correntes políticas.
É como se fosse a personificação da utopia de Brasília, onde todos concordam – ao menos por um instante.
No xadrez político, Ricardo joga como um grande mestre: sabe os movimentos certos, reconhece as forças no tabuleiro e, o mais impressionante, mantém um diálogo entre os reis e peões.
De um lado, o PT, com toda a resistência que enfrenta no Distrito Federal. Do outro, uma bancada diversificada, que inclui desde progressistas até os mais conservadores.
E Ricardo? Bem, ele consegue fazer com que todos sorriam para a mesma câmera no dia da eleição da Mesa Diretora.
Nos bastidores, o que se comenta é que ele tem o dom do “bom papo”. Não há muralha ideológica que ele não consiga atravessar com uma boa conversa e, talvez, um cafezinho no momento certo.
É o tipo de político que faz do diálogo sua ferramenta mais poderosa – e, convenhamos, isso não é pouca coisa.
Além disso, sua trajetória é quase cinematográfica: perdeu uma eleição em 2018, mas voltou em 2022 como se nunca tivesse saído.
Não é para qualquer um. O retorno só reforçou sua resiliência e capacidade de construir alianças em tempos de alta volatilidade política.
Se na política é comum perder cabelos, Ricardo consegue manter os próprios e, ainda por cima, não causa calvície em seus aliados. Isso porque ele entrega algo raro: estabilidade em meio ao caos, uma ponte onde muitos só enxergam abismos.
Por isso, ao observar Ricardo Vale, fica clara a lição: na política, mais importante do que falar é saber ouvir, mais valioso do que impor é saber propor. E com uma pitada de humor, como diria o passarinho: “A política é como o vento em Brasília – pode mudar a qualquer momento, mas quem sabe usar a brisa chega longe.”