O Wikileaks jogou luz sobre um esquema de financiamento generoso da agência do governo americano Usaid, que bancou “apoio e treinamento” para nada menos que 6,2 mil jornalistas, 707 veículos não-estatais e 279 ONGs de mídia ao redor do mundo. A informação vem da própria Usaid, que, ao que tudo indica, tinha um dinheiroduto bem ativo irrigando até nomes de peso da esquerda brasileira.
O envolvimento da agência americana no Brasil não é novidade. Em 2022, a então embaixadora de Joe Biden no país, Elizabeth Bagley, revelou em um artigo para a ONG Brazil Washington Office que a Usaid despejaria R$1,56 bilhão até 2030 para “conservar a Amazônia”. O detalhe curioso? O diretor da ONG que publicou o artigo é Paulo Abrão, ex-número 2 do Ministério da Justiça no governo Dilma Rousseff.
E a atuação da Brazil Washington Office não parou por aí. Em 2024, a mesma ONG “apoiou” a viagem de políticos brasileiros de esquerda aos EUA, justamente no momento mais quente do embate entre Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes sobre a regulação das redes sociais, antes das eleições. O tour internacional aconteceu em meio às discussões sobre controle digital, um tema que vem movimentando as esferas políticas e tecnológicas.
No final das contas, o que muitos tentaram ignorar ou fingiram não ver começa a se tornar cada vez mais evidente. A Usaid foi, por muito tempo, um nome de peso na engrenagem de financiamento da mídia e de iniciativas ligadas a governos e entidades ao redor do mundo. A pergunta que fica: até onde vai essa influência?