A disputa pelo Governo do Distrito Federal em 2026 já começou a gerar faíscas dentro do campo progressista. O presidente do Iphan, Leandro Grass (PV), que enfrentou Ibaneis Rocha (MDB) nas últimas eleições, não escondeu sua insatisfação diante dos primeiros sinais de fragmentação da esquerda. Em uma postagem no X, ele disparou um alerta: “Todo mundo sabe que se o campo progressista se dividir será atropelado. Projetos avulsos, individuais e mediocremente partidários serão varridos do DF”.
A declaração veio logo após o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) afirmar, em entrevista à TV Brasília, que seu partido pretende lançar Ricardo Cappelli como candidato ao GDF. A fala de Grass escancarou o incômodo com a possível pulverização de candidaturas que poderiam enfraquecer a oposição à base governista.
Nos bastidores, lideranças de centro-esquerda vinham tentando articular um projeto único para fazer frente à máquina do atual governo. O nome até agora mais forte para liderar essa disputa é o da vice-governadora Celina Leão (PP), que deverá concorrer à reeleição já no comando do GDF.
Grass, no entanto, não parece disposto a assistir essa novela política sem reagir. “Ou a gente se une ou a capital será tomada em definitivo. Nos tornaremos uma cidade medíocre. Vocês precisam decidir. Digam”, disse ele, deixando claro que a paciência com divisões dentro do próprio campo político está chegando ao fim.
A briga ainda promete novos capítulos, mas uma coisa já está evidente: se a centro-esquerda do DF não se acertar logo, corre o risco de chegar em 2026 sem fôlego para enfrentar a força da máquina governista.