Trégua na CPI do Rio Melchior

A semana da Páscoa trouxe uma trégua estratégica para o governo do Distrito Federal, diante do avanço da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior. Com ponto facultativo na Câmara Legislativa do DF (CLDF) nesta quinta-feira, a próxima reunião da comissão ficou marcada apenas para o dia 24 de abril, o que dá mais tempo ao Executivo para se reorganizar frente às investigações. A última reunião da CPI, que seria a segunda desde a sua instalação, acabou esvaziada após a ausência de parlamentares da base governista, num gesto interpretado como tentativa de desmobilizar o andamento dos trabalhos.

Apesar do cenário adverso, a presidente da comissão, deputada Paula Belmonte (Cidadania), tem buscado alternativas para manter a CPI viva e em movimento. Com cinco requerimentos já aprovados para ouvir servidores de órgãos do GDF, a parlamentar estuda agendar as oitivas de maneira independente, formalizando convites aos envolvidos. Optando por não utilizar o mecanismo da convocação, Paula corre o risco de que os convidados se ausentem legalmente, mas reforça que pretende insistir no diálogo e na transparência do processo.

Além disso, a deputada avalia recorrer à Consultoria Legislativa da Casa para solicitar estudos técnicos sobre gestão de resíduos sólidos e tratamento de efluentes — temas centrais para entender o contexto da degradação do Rio Melchior. A estratégia permitiria seguir com a produção de conteúdo técnico relevante para a comissão, mesmo sem a necessidade de deliberação coletiva nas reuniões, que têm enfrentado dificuldade de quórum.

A CPI foi instalada para investigar as responsabilidades e omissões que levaram à situação crítica do Rio Melchior, localizado no Distrito Federal, que sofre há anos com o despejo irregular de esgoto e a má gestão ambiental. A atuação de Belmonte tem buscado manter o foco da comissão e evitar que ela se torne mais um caso de comissão esvaziada pelo jogo político local.

Autor

Horas
Minutos
Segundos
Estamos ao vivo