Até a metade de abril de 2025, a Bahia se destaca como o estado com o maior número de focos de queimadas no Brasil, com 26% do total de registros no país. Até o dia 15 de abril, foram contabilizados 193 focos de queimadas no estado, de um total nacional de 743. Os dados são do sistema Prodes/Deter, que realiza o monitoramento por satélite das queimadas, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A Bahia, historicamente uma região com preocupação devido às queimadas, segue enfrentando um cenário alarmante, refletindo uma tendência preocupante para o ano de 2025. Em comparação com 2024, que registrou um total de 278.279 focos de queimadas em todo o país, o número de focos neste mês já chama a atenção, destacando a intensidade das queimadas em várias regiões.
Mato Grosso em segundo lugar
O estado do Mato Grosso, tradicionalmente um dos maiores responsáveis pelas queimadas no Brasil, ocupa a segunda posição em abril de 2025, com 104 focos registrados até o dia 15, o que corresponde a 14% do total nacional. A região tem sido constantemente afetada pela expansão da agricultura e pela falta de políticas de controle ambiental mais rigorosas, o que contribui para a alta quantidade de incêndios no estado.
Cenário Preocupante de 2024
Abril de 2024 já havia registrado números alarmantes de queimadas, com um total de 2.613 focos, o pior resultado para o mês desde 2020. Mais da metade desses focos estavam concentrados no Mato Grosso e em Roraima, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas preventivas para conter esse aumento. A combinação de fatores como clima seco, uso inadequado da terra e práticas ilegais de queimadas contribui para o cenário cada vez mais desafiador.
O que está por trás das queimadas?
A crescente quantidade de focos de queimadas, especialmente na Bahia e no Mato Grosso, reflete um complexo conjunto de fatores. A atividade agrícola, a pressão por novas áreas para pastagem e cultivo, além da falta de fiscalização, são alguns dos principais motores desse problema. Além disso, as condições climáticas, como a seca, agravam ainda mais a situação, criando um ambiente propício para a propagação do fogo.
O governo e as autoridades ambientais enfrentam desafios significativos no combate a esse fenômeno. Medidas mais eficazes, como a implementação de políticas de manejo sustentável, fiscalização mais rigorosa e incentivo a práticas agrícolas que não dependam do uso do fogo, são essenciais para conter o avanço das queimadas e proteger os ecossistemas.
Impactos e perspectivas
As queimadas não afetam apenas a fauna e a flora locais, mas também têm repercussões para o clima global. A emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono, contribui para o agravamento das mudanças climáticas e afeta a qualidade do ar, prejudicando a saúde das populações. É fundamental que medidas mais rigorosas sejam adotadas para combater as queimadas e proteger os recursos naturais do país.
Com o aumento dos focos em 2025 e a comparação com o ano passado, a situação exige uma resposta rápida e eficiente. O futuro da conservação ambiental no Brasil depende de ações coordenadas entre governo, sociedade civil e setor privado para garantir a preservação das riquezas naturais e evitar que os incêndios comprometam ainda mais o equilíbrio ecológico da região.