A pré-candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência da República enfrenta resistência não apenas dentro do União Brasil, mas também entre os Progressistas, partido que discute uma federação com a legenda do governador de Goiás. Para muitos, Caiado se adiantou ao lançar seu nome sem garantir o respaldo necessário — principalmente o de Jair Bolsonaro, figura central para a direita no país.
No PP, o clima é de ceticismo. A cúpula da sigla avalia que, sem o endosso do ex-presidente, a candidatura de Caiado tem pouca viabilidade eleitoral. O partido, tradicional expoente do centrão, prefere usar a possível federação como moeda de troca para negociar com o próximo presidente, em vez de embarcar cedo numa campanha com baixo potencial de tração.
Além das articulações políticas, o tamanho da federação é um trunfo difícil de ignorar. Juntas, as bancadas de União Brasil e PP somam 107 deputados federais e 13 senadores — um peso significativo na governabilidade. De quebra, o fundo partidário da federação ultrapassaria R$ 1 bilhão em 2026, outro fator que acirra os interesses.
A ausência de Antônio Rueda, presidente do União Brasil, no evento de lançamento da pré-candidatura de Caiado foi lida como um sinal claro: falta consenso até mesmo dentro da própria legenda. O movimento, que deveria marcar um passo estratégico, acabou revelando o isolamento do governador goiano logo na largada da disputa.