Fusão à Vista? Podemos abre as portas, mas avisa: PSDB precisa arrumar a casa

 

Recebida com entusiasmo por integrantes do Podemos, a decisão da Executiva Nacional do PSDB de autorizar oficialmente o início das discussões sobre a possibilidade de fusão entre os dois partidos acendeu os bastidores da política nacional — e também os alertas.

A sinalização tucana fortalece uma conversa que já vinha ganhando corpo há meses, pautada por diálogo, respeito mútuo e uma ideia ambiciosa: a construção de uma alternativa sólida, de centro democrático, com foco na estabilidade institucional e no desenvolvimento sustentável do país.

Em nota oficial, o Podemos reafirma seu compromisso com a convergência:

“Acreditamos que a soma de forças entre nossas siglas representa não apenas o crescimento de nossas estruturas, mas, principalmente, a união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos”.

Mas nem tudo são flores. Apesar do entusiasmo, o partido deixa claro que antes da fusão, o PSDB precisa arrumar a casa.

“Ninguém tropeça em montanhas, são os pequenos detalhes que precisam ser acertados”, dispara Luiz França(foto), secretário nacional do Podemos, sinalizando que ainda há ruídos internos a serem resolvidos pelos tucanos.

Segundo França, o PSDB precisa encarar ajustes importantes, como mudanças no estatuto, revisão do programa partidário e definição sobre os mandatos dos dirigentes nacionais e estaduais. Só depois disso será possível transformar o namoro em casamento.

“O Podemos está disposto a fazer a fusão, mas o PSDB precisa cumprir as questões que foram colocadas”, reforça.

Outro ponto deixado de forma cristalina: o foco do Podemos é a eleição proporcional para deputado federal. A fusão só faz sentido se for estratégica nesse campo.

“Em Brasília, assim como em todos os estados, buscaremos a união. Mas temos um rumo que é a votação de deputado federal. Essa é nossa prioridade absoluta”, crava França.

Nos bastidores, o clima entre os caciques do Podemos é de otimismo — com doses de cautela. Há confiança de que o PSDB está disposto a cumprir o “ritual”, mas também há quem lembre que o tempo político é curto e que a paciência do Podemos tem limite.

Enquanto a fusão não se concretiza, uma certeza já existe: o eleitor brasileiro, cansado de extremismos e velhas fórmulas, observa com atenção.

E talvez, dessa união, surja uma nova opção de equilíbrio — desde que as pedras pequenas sejam realmente retiradas do caminho.

 

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