O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou visivelmente constrangido ao ser informado pela Polícia Federal sobre um escândalo de proporções alarmantes: um roubo bilionário envolvendo aposentados do INSS. Segundo apurações iniciais, o valor desviado já ultrapassaria os R$ 8 bilhões, podendo chegar à cifra impressionante de R$ 90 bilhões, com indícios de fraudes em empréstimos consignados feitos sem autorização de milhares de idosos.
Apesar da gravidade, Lula não demitiu o ministro envolvido nas denúncias e preferiu retomar uma velha tática política: culpar o antecessor, Jair Bolsonaro. A estratégia, no entanto, não colou. Em meio ao clamor por transparência, surgiu a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A reação do presidente foi imediata — e incisiva. Lula ordenou ao PT que impedisse a instalação da CPI a qualquer custo.
A reação intempestiva do governo foi lida por muitos parlamentares como uma “confissão de culpa” implícita. Afinal, se as falhas ocorreram em gestões anteriores, por que o temor diante de uma investigação?
Mesmo assim, a proposta de CPI ganhou força no Congresso. Já são 270 assinaturas — muito além do mínimo necessário para sua criação. No entanto, a CPI esbarrou em um obstáculo estratégico: Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado de Lula e presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que praticamente descartou o avanço da investigação.
A postura do governo causou indignação em setores da oposição. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou a incoerência do Planalto: “O culpado não era Bolsonaro?”, questionou.
Enquanto isso, aumentam os relatos de aposentados que tiveram empréstimos contratados sem consentimento, levantando suspeitas de um esquema estruturado para explorar financeiramente uma das parcelas mais vulneráveis da população.
O caso, que já é considerado um dos maiores escândalos financeiros da história recente, deixa uma pergunta no ar: por que tanto medo de investigar, se não há nada a esconder?