Deputados distritais de oposição ao Governo do Distrito Federal (GDF) anunciaram a obstrução das votações na Câmara Legislativa (CLDF) como forma de apoio à greve dos professores da rede pública. A paralisação, iniciada em 2 de junho, busca pressionar o governo a abrir negociações com a categoria, que reivindica reajuste salarial e reestruturação da carreira.
A medida de obstrução foi comunicada pelo deputado Gabriel Magno (PT), presidente da Comissão de Educação da CLDF e professor de carreira. Ele criticou a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que, a pedido do GDF, declarou a greve ilegal, autorizou o corte de ponto dos grevistas e impôs multa diária de R$ 1 milhão ao Sindicato dos Professores (Sinpro-DF).
“Acho que esta Casa não deveria funcionar na normalidade enquanto a maior categoria profissional do DF está paralisada, com ameaça de corte de ponto, com uma multa imoral de R$ 1 milhão por dia para a entidade que a representa”, afirmou Magno.
O deputado Chico Vigilante (PT) também se posicionou contra a postura do governo, destacando que o direito de greve é garantido pela Constituição Federal. “Em vez de buscar facilidades do tribunal para punir os trabalhadores e impedir o direito de greve, o governo deveria chamar os trabalhadores para negociar e apresentar propostas”, declarou.
Fábio Felix (PSOL) reforçou o apoio aos professores, afirmando que a responsabilidade pela greve recai sobre o governo, que não apresentou propostas concretas. “Muita gente tende a achar que a culpa da greve é do movimento grevista, dos trabalhadores. A culpa da greve não é dos professores, é de quem não teve coragem de sentar na mesa e fazer uma proposta concreta”, analisou.
O líder do governo na CLDF, deputado Hermeto (MDB), reconheceu a legitimidade das pautas dos professores e expressou o desejo de que a greve termine da melhor forma possível.
Como iniciativa para intermediar a questão, o vice-presidente da CLDF, deputado Ricardo Vale (PT), informou que a Mesa Diretora da Câmara Legislativa protocolou um pedido de reunião com o governador para debater as reivindicações dos professores.
A obstrução das votações na CLDF permanecerá até que o GDF retome o diálogo com os professores e apresente propostas que atendam às demandas da categoria.