A ausência de um embaixador efetivo do Brasil no Irã tem complicado as operações de apoio e eventual retirada de cidadãos brasileiros que desejam deixar o país, em meio a tensões regionais. Apesar da melhora gradual na situação de calmaria relatada pelo encarregado de negócios, a falta de um chefe de missão diplomática permanente limita a autoridade e agilidade do Itamaraty para agir.
O Brasil mantém atualmente 11 missões no exterior sem embaixador titular, muitas delas sob o comando interino de encarregados de negócios, enquanto aguardam indicações presidenciais e sabatinas no Senado. Isso representa um enfraquecimento na interlocução diplomática e pode atrasar iniciativas como evacuações ou atendimento direto a brasileiros em crise.
Apesar de o embaixador interino no Irã afirmar que o clima aparenta voltar à normalidade nas ruas e que o país abriu possibilidade de apoio à saída de passageiros brasileiros, ele ressalta que, sem o respaldo político de uma embaixada plenamente titular, qualquer decisão tática esbarra em burocracia e limitações formais. Há entre 150 e 180 brasileiros no país e, ainda que algumas rotas de saída sejam estudadas, como passagem por Turquia, o cenário exige mais estrutura para o apoio consular.
A ausência de um diplomata com poder pleno no cargo diminui a capacidade de negociação e articulação, especialmente se houver escalada de tensão no Oriente Médio. O Itamaraty segue monitorando a situação e traça cenários para eventual repatriação, mas sua capacidade de resposta é limitada enquanto não houver nomeação formal.