Os bastidores da política do Distrito Federal atravessam dias turbulentos, em que pressões, linchamentos públicos e investigações judiciais ocupam o centro das atenções. Em menos de uma semana, dois episódios graves expuseram o lado mais cruel do jogo político e dos holofotes midiáticos.
Donizet tratando a saúde mental e clamando por justiça
Na última semana, o deputado distrital Daniel Donizet viu sua saúde física e emocional desmoronar sob o peso de intensas pressões políticas e ataques nas redes sociais. Se tratando, Donizet foi vítima de um linchamento público após uma série de polêmicas envolvendo sua atuação parlamentar e suas bandeiras em defesa dos animais. A situação foi relatada pelo portal InfoDF, que destacou como a violência política – muitas vezes alimentada por militantes e adversários – pode ter consequências trágicas para a vida pessoal e a saúde dos agentes públicos.
Procurado, Donizet afirmo não responde a nenhum processo judicial, e é inocente de todas as acusações levianas. O parlamentar disse acreditar que o tempo será responsável por revelar a verdade e o que está por trás: “Tenho consciência tranquila. O tempo dirá”, resumiu. Familiares e aliados próximos pedem respeito e equilíbrio no debate, enquanto o parlamentar segue em tratamento.
Dirigente do PT preso e silêncio constrangedor
Poucos dias depois, outro escândalo veio à tona, desta vez envolvendo um dirigente partidário de peso na capital federal. Wilmar Lacerda, vice-presidente do PT no DF e ex-deputado distrital, foi preso em uma operação da Polícia Civil contra crimes de abuso infantil. A notícia, publicada pela CNN Brasil, gerou choque e indignação, lançando uma nova onda de desconfiança sobre os bastidores da política local.
O caso ganhou ainda mais repercussão pelo silêncio da deputada federal petista Erika Kokay, que mesmo sendo correligionária e uma das vozes mais atuantes do partido, manteve-se em silêncio. Curiosamente, nesta terça-feira (16), Erika preside uma audiência pública na Câmara dos Deputados justamente para discutir direitos humanos e proteção à infância. A expectativa agora é saber se a parlamentar romperá o silêncio e mencionará o caso de Wilmar Lacerda durante o evento ou se continuará ignorando o assunto que abala a direção de seu próprio partido no DF.
Até onde vai a política do ódio?
Em ambos os casos, o cenário é de reflexão: até onde a política do ódio e a sede por narrativas podem esmagar vidas e reputações antes mesmo que a verdade seja completamente apurada?
Para aliados de Donizet, o silêncio de setores que hoje cobram tanto “ética” em outros casos, mas evitam se pronunciar sobre um escândalo dessa magnitude no próprio partido, revela bem como a política segue refém de conveniências e hipocrisias.