TÁ DITO, DOA A QUEM DOER
Nessas linhas aqui, posso até estar comprando uma briga, mas a intenção não é essa. A intenção é abrir os olhos de quem acha que política é só a bolha dela — e aqui me dirijo principalmente às mulheres que querem entrar na política.
Já deixo claro logo de cara: a mulher é fundamental na política. Isso é tão óbvio que virou clichê. Mas tem um ponto importante e delicado: a maioria das mulheres que entram na política hoje carrega, ainda que inconscientemente, um discurso de “nós contra eles” — como se o homem fosse sempre o vilão e a mulher, a mocinha.
Esse tipo de narrativa, na prática, não tem dado certo.
Homem e mulher se complementam – na vida e na política
Exemplo prático? A deputada distrital Jaqueline Silva, do MDB. Cresceu na política. E pode perguntar: grande parte da votação dela vem de homens. Sim, homens votam em mulheres fortes. E olha outro ponto: o maior aliado dela é o marido, Sandro — já apelidado de Gargamel na minha coluna, o que nunca pegou porque ele simplesmente não se abala com isso.
Se alguém falar mal da Jaqueline, é ele o primeiro a defender. Eles formam uma dupla política eficiente, e muita gente achava que ela não se reelegeria. Pois é: ganhou. E ganhou sem vitimismo, sem rivalizar com o gênero masculino.
O discurso vitimista fracassa nas urnas
Muitas vezes, algumas mulheres defendem bandeiras de vingança, falsas acusações e cancelamentos apressados. E, na ânsia por visibilidade, transformam pautas importantes em palanque. O problema? O eleitorado não compra isso.
Não estou falando de mídia, nem de blogueiro. Estou falando do eleitor da urna eletrônica. Esse sim faz a conta certa.
Jane Klebia: exemplo de resultado
Mais um exemplo forte: a distrital Jane Klebia, também do MDB. Teve uma votação estrondosa. Boa parte? Homens. E o que fez dela uma líder? Trabalho de campo, atuação firme na Delegacia do Paranoá e um caso de repercussão nacional onde prendeu um assassino cruel. Ela virou símbolo de segurança. E em nenhum momento usou o discurso homem contra mulher para se eleger.
Violência contra mulher existe. E tem que ser punida.
Claro que há casos sérios. Casos com imagens, provas. E esses merecem punições exemplares. Homens e mulheres precisam repudiar juntos esses crimes. A sociedade já não aceita isso — e a Justiça, cada vez mais, também não. Agora, pegar essa pauta e transformar tudo em uma narrativa de guerra dos sexos só afasta o eleitorado.
A mulher forte vence — com boa equipe, coerência e estratégia
O que funciona na política é a mulher com personalidade forte, boa equipe e discurso de união. Se ela bater na tecla do “nós contra eles”, vai perder voto. Vai perder credibilidade. Vai perder apoio — inclusive das mulheres que não pensam assim.
Não precisa acreditar em mim. Olhe os números.
Pra refletir
A mulher que entender que política é parceria e não competição entre gêneros, vai longe. A mulher que insistir em um discurso superado, pode até ganhar curtida, mas não vai ganhar voto.
Está dito. Doa a quem doer.