Todo mundo adora reclamar da “elite rica” que manda na política. Mas vamos fazer um raio-X sincero: a sociedade idolatra os ricos.
O pobre da cidade-satélite suspira por quem tem carro importado, roupa de grife e pele de spa. E quando um pobre ousa disputar o poder… a própria quebrada torce o nariz.
Por isso, a política segue do jeito que está: cheia de sobrenomes, ternos caros e discursos embalados com francês e coach.
Nessa coluna, a gente joga luz onde ninguém gosta de olhar. E se doer, é porque o assunto bateu certo.
1. PSD-DF, precisa respirar!
O PSD no DF está prestes a explodir de tão pressionado. Com dois distritais super bem votados — Jorge Vianna e Robério Negreiros — a legenda parece uma sala com pouca ventilação. Um dos dois ou ambos podem abrir a janela… ou melhor, a porta de saída. Nada confirmado, mas a especulação é quente!
2. Paulo Otávio quer o filho na roda
O ex-vice-governador Paulo Otávio já tem seu novo projeto político: eleger o filho, André Kubitschek, como deputado distrital. Nada mais legítimo. Afinal, qual pai não quer ver o filho brilhar?
3. Política não é herança, é presença
Mas nem só de sobrenome vive o político. André precisa sair da sombra do pai e construir seu próprio caminho. Na política, sobrenome ajuda, mas não basta. Personalidade, grupo e voz própria são essenciais — ou acaba sendo só mais “o filho de fulano”.
4. A voz de André ainda é um mistério
Se André Kubitschek gritar agora, será que alguém reconhece a voz? O desafio é esse: ser ouvido. Porque quem não é ouvido, não é lembrado. E quem não é lembrado… não é votado.
5. Uma xícara com Pedrosa cairia bem
Fica a dica: que tal um café com o deputado Eduardo Pedrosa? Ele também teve uma inspiração familiar — a tia, Eliana Pedrosa — mas criou o próprio mandato, o próprio estilo, as próprias causas.
6. André: quem é você na fila da política?
Até agora, André Kubitschek é uma promessa no papel. Carismático, introspectivo e gente boa — mas ainda não disse a que veio. Quais bandeiras ele vai levantar? Qual a causa que vai carregar no peito?
7. A timidez pode ser força, se bem trabalhada
Olhar tímido e postura discreta não são defeitos. Pelo contrário: podem ser trunfos. Mas na política, isso precisa ser equilibrado com presença, posicionamento e, principalmente, articulação.
8. Se Paulo Otávio não lê, paciência…
Talvez Paulo Otávio nem leia essa coluna. Mas se André Kubitschek ler, vai uma consultoria gratuita: mostre quem você é, forme seu time, articule sua rede. Porque carisma é bom, mas projeto é melhor ainda.
9. Os 24 distritais não são bobos
Quem olha de fora e acha que os deputados distritais são fracos, se engana feio. Nenhum dos 24 que estão hoje na Câmara Legislativa é “pé de rato”. Todos eles tiveram mérito, inteligência política e leitura de cenário.
10. A fórmula mágica: modelagem
Tudo na vida é modelagem. Quer vencer na política? Estude quem já venceu. Veja o que cada um fez para chegar lá. Não tem atalho. Quem modela aprende com os acertos e, principalmente, com os erros dos outros.
11. Rafael Prudente é um caso de sucesso
Filho de Leonardo Prudente, o deputado federal Rafael Prudente é um exemplo de quem teve herança política, mas construiu sua própria história. Hoje tem voz, voto e respeito. E isso não se compra — se conquista.
12. Dinheiro ajuda, mas não resolve
Não adianta gastar milhões sem saber o que está fazendo. Já teve gente que torrou R$ 8 milhões em campanha pra distrital e saiu com 4 mil votos. Ou seja: dinheiro sem estratégia vira fumaça cara.
13. Pedrosa, o nome que virou marca
Eduardo Pedrosa é outro exemplo de modelagem bem executada. Começou inspirado na tia, Eliana, mas foi ganhando espaço com atuação própria. Hoje é reconhecido por suas pautas e sua presença política.
14. Modelar não é copiar, é aprender
Modelagem não é imitação. É absorver o que funciona e aplicar com sua identidade. Cada um tem sua voz — só precisa usá-la. E no caso de quem ainda não encontrou a própria… a eleição de 2026 tá aí pra testar.
15. Acabou a solteirice na CLDF
No último sábado, a Câmara Legislativa ficou sem nenhum solteiro entre os distritais. Eduardo Pedrosa subiu ao altar na Catedral de Brasília, em uma cerimônia bonita, discreta e cheia de emoção. Agora é o mais novo casado da política local.
16. Meta de Pedrosa: um time de futebol
Logo após o “sim”, Eduardo já confidenciou: quer ter dez filhos. Isso mesmo, um time completo. Se depender da disposição, vem herdeiro aí rapidinho. E pelo visto, a política não vai ser o único legado que ele pretende deixar.
17. A ilusão do “representante raiz”
A verdade dói: pobre gosta é de rico. Quando aparece alguém da própria quebrada tentando ser candidato, a primeira reação é desconfiança. Já um candidato bem vestido, com carro bom, ganha até cafezinho e selfie. Representatividade real só vira moda depois que o sujeito já virou “playboy”.
18. Quem nunca subiu, não tem credibilidade
É cruel, mas é real. Na cabeça do eleitor comum, quem nunca “venceu na vida” não tem autoridade pra opinar. O discurso da vivência é ignorado. O povo olha a aparência, a postura, o carro, o perfume. E quem sai da periferia, quando chega lá em cima, já não é o mesmo de antes.
19. De quebrada pra vitrine
E tem mais: quando o “cara da favela” chega ao poder, a galera da quebrada vira a primeira a cobrar padrão de rico. “Tá andando de carro popular ainda?”, “Cadê o terno bom?”, “Tá sumido, hein?”. Ou seja: a própria base que queria um representante popular cobra a roupagem da elite.
20. Um causo: o dia que o pobre votou no rico… pra continuar pobre
Um ex-candidato de Ceilândia conta que certa vez, fazendo campanha, parou pra conversar com um morador da QNN. O sujeito olhou pra ele, de camiseta simples e tênis gasto, e disparou:
— “Você é bonzinho, mas muito pobrezinho pra ser deputado. Vou votar num cara ali que tem uns carrão e fala bonito, deve saber das coisas.”
Moral da história? O candidato bonzinho fez 2 mil votos. O do carrão, foi eleito. E o eleitor continuou pegando ônibus lotado às 6 da manhã.
21. Pensamento do dia:
Pobre não gosta de pobre, né? Nem pobre quer ser pobre. Por isso idolatram ricos. E assim seguimos: votando em perfume caro e reclamando do preço do arroz.