Se você acha que Brasília anda parada, é porque não ouviu os bastidores que o passarinho andou cantando por aí. Tem restaurante comunitário fechado, secretário agitando os grupos de WhatsApp, primeira-dama virando influencer silenciosa, deputado que mal voltou e já quer empurrar pupilo pra governador… e, claro, bastidores que só o Política do Bem entrega com gosto de pimenta-malagueta.
A coluna de hoje está mais apimentada do que feijoada de boteco de quinta-feira. Então prepare o estômago — e a consciência política — porque o que segue não é para estômago fraco.
O corte que explodiu nas redes
A semana começou quente com a secretária de Desenvolvimento Social do GDF, Ana Paula Marra, virando centro das atenções. Um corte de sua participação no podcast Política do Bem viralizou nas redes sociais e ultrapassou 100 mil visualizações em tempo recorde.
A cereja do bolo? O compartilhamento discreto, mas poderosíssimo, da primeira-dama Mayara Noronha. Um simples post dela é capaz de impulsionar qualquer conteúdo — e Ana Paula virou manchete nos grupos de WhatsApp em Brasília.
A crise no restaurante de São Sebastião
O vídeo repercutiu porque abordava um tema sensível: o fechamento do restaurante comunitário de São Sebastião. A população sentiu o baque e a cobrança veio rápida. O deputado distrital Rogério Morro da Cruz exigiu respostas públicas.
Ana Paula justificou: o prédio precisava de reformas que não eram feitas há mais de 20 anos. Além disso, era preciso seguir rigorosamente os trâmites legais de licitação e contratos.
O bastidor virou palco
A situação saiu da esfera técnica e virou palco político. O deputado Joaquim Roriz Neto, neto do ex-governador Roriz (criador dos restaurantes comunitários), também entrou no debate com vídeo e críticas. A pauta deixou de ser marmita e virou disputa de narrativa.
Ibaneis aciona o homem de confiança
Diante da escalada do problema, o governador Ibaneis Rocha acionou seu operador mais estratégico: Gustavo Rocha, chefe da Casa Civil. Quando ele entra, é porque o jogo ficou sério. Sua missão: acelerar a solução e reorganizar os bastidores do governo.
Gustavo Rocha: o trâmite silencioso que segura o DF
Mais do que gerenciar crise, Gustavo tem outro trunfo: trânsito privilegiado no Judiciário. Brasília esteve por um triz. Muita gente torceu — e trabalhou — para o DF perder governador e distritais. Isso quase aconteceu. E foi nos bastidores que Gustavo segurou a barra. Pena que só poderemos contar essa história daqui a alguns anos.
Fica o convite: Gustavo Rocha, venha ao podcast Política do Bem. O microfone está à disposição.
Ana Paula, mais do que técnica
Com a repercussão do podcast, Ana Paula saiu da casca técnica e entrou de vez no jogo político. E não é só por mérito próprio: sua proximidade com a primeira-dama Mayara Noronha lhe confere trânsito livre no Buriti.
O que era um “corte de podcast” virou termômetro de influência. E com o timing certo, pode virar até palanque.
Mayara Noronha: a influencer silenciosa
Se tem uma figura subestimada no DF, ela se chama Mayara Noronha. Não faz escândalo, não dá entrevista, mas um simples clique dela vira tsunami. Foi ela quem impulsionou o corte de Ana Paula.
Mayara é o tipo de personagem que muda o jogo sem aparecer. E talvez por isso mesmo, seu poder de influência seja tão respeitado.
O clima para 2026 começou cedo
A movimentação nos bastidores deixou um recado claro: os distritais que se cuidem. Nomes que operam longe dos holofotes já estão mexendo as peças do tabuleiro. E tem gente que nem sonha com o tamanho da concorrência que está por vir.
Rollemberg de volta, mas sem festa
Enquanto isso, Rodrigo Rollemberg se prepara para tomar posse como deputado federal. Seu retorno é oficial, mas sem clima de festa. Ex-governador, ex-senador, ex-queridinho da esquerda brasiliense — hoje, Rollemberg lida com rejeição em massa no funcionalismo público.
Capelli mira o Buriti (mas tropeça na saúde)
Rollemberg tem um apadrinhado: Paulo Capelli, ex-interventor do DF durante o momento mais turbulento da capital. Capelli sonha com o Buriti. Mas antes, vai ter que atravessar um campo minado chamado servidores da saúde.
Esse grupo — que tem memória e voz — rejeita Rollemberg com força. E isso pode ser um peso decisivo nas próximas eleições. Capelli carrega esse fardo político como herança. Se quiser ir longe, vai precisar negociar com fantasmas do passado.
A saúde lembra (e não perdoa)
A máquina pública tem uma engrenagem especial chamada servidor da saúde. Gente que trabalha muito, ganha pouco e lembra de tudo. Eles não esquecem a gestão Rollemberg — e falam disso com todas as letras.
Nas redes, nas ruas e nas urnas, esse grupo sabe fazer barulho. E pode definir o rumo de qualquer eleição. Basta querer.