Coesão ou Ruína: a lição que a direita do DF precisa aprender

A política como tabuleiro de xadrez

No Distrito Federal, a disputa pelo Palácio do Buriti em 2026 está virando um xadrez de alta tensão. E, como em qualquer jogo complexo, não adianta ter peças fortes se cada uma se mover sem estratégia conjunta. A direita, centro-direita e até o Centrão precisam compreender que o adversário mais perigoso, neste momento, não é a esquerda — mas sim eles mesmos, se caminharem em direções opostas.

Vaidades e riscos das dissidências

Vaidade é combustível para qualquer disputa política, mas em excesso é inflamável. Hoje, já se vê movimentos isolados, lideranças testando seus próprios nomes e articulando nos bastidores sem alinhamento com o grupo. Esse cenário não só fragmenta o voto, como dá fôlego para adversários que, mesmo sendo minoria no eleitorado, podem se beneficiar da divisão.

A metáfora do cinema: “Gladiador”

Na trama do filme Gladiador (2000), o general Maximus, interpretado por Russell Crowe, sabe que, dentro da arena, a sobrevivência não depende só da habilidade individual, mas da coesão entre os guerreiros. Em uma cena marcante, ele diz: “Se ficarmos juntos, sobreviveremos. Se nos separarmos, morreremos”. O mesmo vale para a política do DF: candidatos de direita que insistirem em lutar sozinhos podem ser abatidos um a um, enquanto um bloco unido tem mais chances de dominar a arena eleitoral.

A união salva

Na história política recente do Brasil, não faltam exemplos de como a coesão transforma resultado. Em 2018, Jair Bolsonaro conseguiu unificar uma série de correntes conservadoras, religiosas e liberais sob uma mesma bandeira — e, mesmo sem o maior tempo de TV ou estrutura partidária, venceu. A vitória foi menos sobre discurso único e mais sobre união de propósitos.

Quando a vaidade derruba

Por outro lado, basta lembrar da eleição municipal de São Paulo em 2020. No campo da direita, candidaturas pulverizadas abriram espaço para a vitória de Bruno Covas no segundo turno. Cada liderança acreditou que poderia chegar sozinha, mas o resultado foi que o voto se diluiu, e o bloco, que poderia ter sido majoritário, virou coadjuvante.

O papel de Ibaneis Rocha

Com a maioria do eleitorado do DF pendendo para a direita, a missão de coordenar essa coesão passa inevitavelmente pelo governador Ibaneis Rocha. É dele a capacidade — e a responsabilidade — de reunir todos à mesa. E, como manda a tradição política brasiliense, nada que um bom tambaqui com batatas e uma taça de vinho não possam ajudar a selar.

Moral da história: na política, como na arena de Gladiador, sobreviver depende menos de quem grita mais e mais de quem sabe lutar junto.

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