Exata: aprovação de Ibaneis é maioria no DF, com picos no Lago Norte e desgaste no Sudoeste/Octogonal

Exata: aprovação de Ibaneis é maioria no DF, com picos no Lago Norte e desgaste no Sudoeste/Octogonal

Análise inicial
A nova pesquisa do Instituto Exata não é apenas mais um levantamento de opinião. Trata-se de um retrato que precisa ser lido, relido, estudado e reestudado pelo meio político. Os números não devem ser vistos como simples porcentagens de aprovação ou desaprovação, mas como um mapa estratégico que revela tendências, aponta fortalezas e evidencia fragilidades do governo Ibaneis Rocha.

O estudo mostra que, embora o governador mantenha a maioria de aprovação no Distrito Federal, os contrastes regionais, sociais e de áreas de atuação são gritantes. Isso significa que cada ponto percentual traz um recado do eleitor. Para analistas, partidos e adversários, a pesquisa é um manual de leitura da realidade política do DF, e ignorá-la seria um erro estratégico.


Mapa regional da aprovação
Onde Ibaneis é mais aprovado
  • Lago Norte81,8% aprovam
  • Riacho Fundo I80,0%
  • Jardim Botânico79,2%
  • Vicente Pires78,6%
  • Varjão70,0%

Essas regiões, em geral, relatam alta visibilidade de obras, asfaltamento e intervenções urbanas, fatores que ancoram a percepção de presença do governo.

Onde a reprovação é mais alta
  •  
  • Sudoeste/Octogonal72,7% desaprovam (apenas 27,3% aprovam)
  • Lago Sul60,0% desaprovam
  • Brazlândia55,0% desaprovam (45,0% aprovam)
  • Candangolândia50,6% desaprovam (45,1% aprovam)
  • Gama54,8% desaprovam (44,0% aprovam)

Aqui pesa uma cobrança mais intensa por serviços e resultados cotidianos.


Evolução recente por região (fev → ago)

Top crescimentos de aprovação:

  • Varjão: +30,0 p.p.
  • Riacho Fundo I: +26,7 p.p.
  • Lago Norte: +21,8 p.p.
  • Jardim Botânico: +20,9 p.p.
  • Arniqueiras: +19,4 p.p.

Maiores quedas:

  • Lago Sul: –50,0 p.p.
  • São Sebastião: –26,5 p.p.
  • Candangolândia: –25,0 p.p.
  • Planaltina: –16,3 p.p.
  • Paranoá: –11,1 p.p.

 

A curva mostra ganhos expressivos em áreas de expansão e perdas em regiões elitizadas e em algumas cidades tradicionais da periferia.


Quem aprova mais (e menos): perfil do eleitor
Religião
  • Evangélicos: 60,2% aprovam
  • Católicos: 55,6%
  • Espíritas: 45,7%
  • Sem religião: 44,6%
  • Outras religiões: 33,3% aprovam (maior ceticismo)

Leitura: a base evangélica é pilar de sustentação do governador; os demais segmentos são mais críticos.

Gênero, idade, classe e escolaridade

  • Homens: 63,3% aprovam × Mulheres: 47,1%gap de gênero relevante
  • Idade: picos em 47–60 (60,8%) e 25–35 (58,5%); mais baixo em 16–24 (42,9%)
  • Classe: melhor em A (61,0%) e B (61,9%); queda em D (51,0%)
  • Escolaridade: maior entre alfabetizados (63,3%) e fundamental (57,9%); superior fica em 52,7%

Leitura: Ibaneis performa melhor no público masculino, de meia-idade e classes mais altas. Mulheres e jovens são públicos a reconquistar.


O que o eleitor vê no GDF: áreas fortes e pontos a melhorar
Setores com melhor avaliação
  • Obras: 72,1% consideram o governo atuante/muito atuante
  • Asfalto: 50,6%
  • Mobilidade: 41,5%
  • Transporte: 38,8% (faixa intermediária)

Em várias RAs, obras batem patamares muito altos (ex.: Sobradinho I 92,9%, Jardim Botânico 83,3%, Águas Claras 84,0%). Em asfalto, destaques locais como Lago Norte 90,9%, Candangolândia 80,0% e Vicente Pires 78,6% reforçam o efeito “antes/depois”.

Setores que precisam melhorar
  • Saúde: 10,4% avaliam positivamente
  • Educação: 27,2% positivo (68,2% avaliam como nada/pouco atuante)
  • Segurança: 37,1% positivo × 61,8% negativo

Leitura: a infraestrutura sustenta a imagem, mas os serviços sociais — sobretudo a saúde — precisam de avanços concretos para reforçar a confiança popular.


Por que alguns lugares aprovam mais do que outros?
  1. Visibilidade de entregas – Onde o cidadão enxerga obra e asfalto, a avaliação sobe.
  2. Expectativa vs. serviço – Em áreas mais exigentes, a régua é alta; saúde e educação pesam mais.
  3. Composição sociodemográfica – Público evangélico, masculino, de meia-idade e classe média/alta puxa a aprovação. Mulheres e jovens tendem a avaliar de maneira mais dura.

Pistas táticas para o governo

  • Defender o legado visível: comunicação forte das entregas (antes/depois).
  • Avançar na saúde: reduzir filas, reforçar atenção básica, dar visibilidade às melhorias.
  • Segurança e Educação: mostrar resultados práticos (redução de índices, apoio escolar).
  • Comunicação direcionada: foco em mulheres, jovens e regiões críticas.
  • Consolidação: manter alta aprovação em Lago Norte, Riacho Fundo I, Jardim Botânico, Vicente Pires e Varjão.

Quadros-chave (para fixar)

  • Top 5 aprovação: Lago Norte, Riacho Fundo I, Jardim Botânico, Vicente Pires, Varjão.
  • Top 5 reprovação: Sudoeste/Octogonal, Lago Sul, Brazlândia, Gama, Candangolândia.
  • Quem mais aprova: evangélicos, homens, 47–60 anos, classes A/B.
  • O que funciona: obras, asfalto, mobilidade.
  • O que precisa avançar: saúde, educação, segurança.

Moral da história

A pesquisa do Instituto Exata mostra um governo aprovado pela maioria, mas que precisa ajustar o foco em setores essenciais. Ibaneis Rocha tem força em obras e infraestrutura, mas a saúde segue como prioridade de melhoria, ao lado da segurança e educação. O governador tem o mapa a seu favor, mas precisa calibrar discurso e ação para que a população veja, além das obras, um governo presente nos serviços do dia a dia.

 

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