“Brasília virou a capital do esporte”: entrevista com Renato Junqueira, secretário de Esporte do DF

Por Dedé Roriz e Odir Ribeiro – Podcast Política do Bem | Rádio Corredor

Dedé Roriz: Secretário, por que Brasília nunca teve tanto evento esportivo como agora? Qual é a “mágica”?
Renato Junqueira: Apoio político do governador Ibaneis Rocha e da vice Celina Leão — quando o evento tem impacto social e econômico, eles bancam — e uma equipe que executa sem perder recurso. O resultado é visível: hotelaria cheia, bares movimentados e Brasília posicionada como capital do esporte.

Odir Ribeiro: Esporte e turismo andam de mãos dadas? O SLS foi articulado pela Secretaria de Turismo…
Renato: Total. É turismo esportivo. Às vezes o projeto entra pela porta do turismo, mas o viés é 100% esportivo. O SLS lotou a cidade e trouxe mídia internacional. Quando esporte e turismo jogam juntos, todo o DF ganha.

Dedé: O que já rolou em 2024/25 e o que vem por aí?
Renato: Mundial de Wushu, Brasília Game Festival (mais de 20 mil pessoas/dia), Jogos da Juventude, etapas nacionais e internacionais de vôlei de praia. Para 2026, Brasília deve receber VNL masculino e feminino. Em outubro, chega o STU de skate — com legado: construção de pista no Parque da Cidade.

Odir: Falando em legado: como vocês garantem que o evento deixa algo para a cidade?
Renato: Condicionamos o fomento a contrapartidas permanentes: pista do STU, bicicross, circuitos de motocross em RAs… Equipamentos que ficam para o uso da população e para futuros eventos.

Dedé: Corridas de rua viraram febre. O que explica?
Renato: É o esporte mais democrático que existe. Se tiver prova todo fim de semana, esgota. Muda estilo de vida e movimenta a economia do evento.

Odir: E o social? Quantas pessoas estão sendo atendidas hoje?
Renato: 12 Centros Olímpicos e Paralímpicos com cerca de 45 mil alunos, do infantil ao idoso. O Compet Brasília custeia passagens (aérea/terrestre, nacional/internacional) para atletas competirem; R$ 9 milhões e 5.600 beneficiados no ano passado. A Bolsa Atleta do DF segue por ranking das federações e vamos modernizar a lei (1999) para incluir novas modalidades olímpicas e paralímpicas.

Dedé: Como o atleta acessa o Compet Brasília e a Bolsa Atleta, na prática?
Renato: No Compet, o atleta ou equipe se cadastra, comprova filiação à federação e apresenta calendário/convocação. A passagem é custeada conforme regras do edital. Na Bolsa, as federações indicam pelo ranking da temporada; a Secretaria pública chamamento anual e paga as bolsas conforme as faixas.

Odir: Vamos ao UFC. Por que 2025 escapou e o que muda para 2026?
Renato: O Nilson Nelson precisava reforços estruturais (rigging/LED, exigências de broadcast) em prazo curto. O card foi para o Rio. Mantivemos a ponte com a organização e reativamos tratativas para 2026 em Brasília.

Dedé: O Nilson Nelson está em boas condições?
Renato: A Arena BRB privatizou a gestão e já houve avanços (telões nível NBA, etc.). Para eventos internacionais, sempre aparecem pré-requisitos técnicos — e a Arena tem sido ágil. Ainda este ano, teremos Copa das Nações de Futsal lá.

Odir: Autódromo: reinauguração está mesmo marcada? O que vem de prova?
Renato: 30 de novembro com Stock Car. A Secretaria dá apoio institucional e articula com FAU/DF e CBA. Há conversas para Porsche Cup e eventos internacionais já a partir de 2026.

Dedé: Brasília virou hub de MMA?
Renato: Sim. Jungle Fight, LFA, Shooto, SFT… Isso lotou academias e abriu portas para talentos locais. O ciclo é virtuoso: evento inspira aluno, a base cresce e surgem novos competidores.

Odir: A presença da Celina Leão (ex-secretária e atleta) pesa na política esportiva?
Renato: Muito. Ela pratica e comparece correndo — não só para a foto. Esse simbolismo facilita decisões e legitima o esporte como política pública.

Dedé: Da saúde à agenda: vocês citaram no programa a vacina contra bronquiolite. Vale o recado às famílias?
Renato: Ver criança internada é dilacerante. Informação e prevenção salvam. Nosso papel público é reforçar recados de saúde sempre que possível (procurem orientação médica e o SUS/SES-DF).

Odir: Política: a direita precisa se unir no DF?
Renato: Precisa. Pulverização cria segundo turno difícil e pode custar vaga ao Senado. Republicanos, PL, MDB, PP e União têm de convergir no fechamento.

Dedé: Os Republicanos devem indicar a vice da Celina? Gustavo Rocha é nome?
Renato: Esse é o desenho provável. O nome do Gustavo fortalece a chapa: técnica, jurídica e politicamente — e conversa bem com o grupo.

Odir: E a tal federação Republicanos–MDB?
Renato: Esfriou. A direção nacional priorizou autonomia nos estados para montar chapas competitivas sem travar com especulações.

Dedé: Fred Linhares: puxador de votos ou projeto majoritário?
Renato: Na proporcional, é trator — amplia bancada. Em disputa majoritária, mídia ajuda no recall, mas exige posicionamento ideológico, o que mexe com o público. Ele é jovem e tem lastro para crescer com estratégia.

Odir: Gilvan vai a federal ou distrital?
Renato: Estratégico para federal pelo potencial de votos; em distrital, teria trilha forte e poderia até liderar na CLDF. Decisão é do grupo — avaliamos o que fortalece a chapa.

Dedé: Rodrigo Delmasso fica nos Republicanos? E a dobradinha com Júlio César?
Renato: Fica. Ruídos superados. Pelo segmento e capilaridade, a dobrada com o Júlio funciona muito bem.

Odir: Há mudança no comando do Republicanos-DF?
Renato: Estamos em transição para o Joaquim Mauro assumir a presidência regional — nome com lastro nacional e vivência em Brasília.

Dedé: O nome Daniel Radar pode se filiar aos Republicanos?
Renato: O diálogo existe há tempo e hoje está aquecido. É quadro competitivo; filiação depende de encaixe de nominata e metas do partido.

Odir: No cenário nacional, e o Tarcísio em 2026?
Renato: Está no Republicanos e é respeitado. Perfil pacificador que fala com centro-direita e centro. Se for candidato, tende a ser aclamado, não anunciado antes da hora.

Dedé: E o senhor, será candidato?
Renato: Não. Meu papel é bastidor, planejamento e execução. Se ganhei capital político com o esporte, repasso ao grupo: Júlio César, Martins Machado, Ibaneis Rocha e Celina Leão.

Odir Ribeiro: Como é ser entrevistado por… Odir Ribeiro? 😄
Renato: Papo reto. Cobra dado, contexto e contraditório. Quem leva entrega e número se sente em casa; quem chega só com narrativa, sofre. Isso eleva a gestão e a comunicação.

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