O novo topo da elite política brasiliense
A política do Distrito Federal tem apresentado novos personagens, e um deles — talvez o mais influente no momento — é Michele Bolsonaro. Muita gente ainda a trata apenas como a ex-primeira-dama do Brasil, mas essa visão é rasa. Michele entende o jogo político, sabe jogar e, mais importante, sabe transferir votos.
Nas eleições passadas, apoiou distritais que, mesmo sem estrutura robusta, conseguiram boa votação — incluindo o próprio irmão dela. Um caso emblemático é o de Damares Alves: eleita senadora em boa parte graças ao impulso direto de Michele. Analistas estimam que o apoio da ex-primeira-dama representou cerca de 80% da força eleitoral de Damares.
Poder de transferência e carisma digital
Michele não precisa de discursos longos nem de palanque. Sua simples presença nas redes sociais é suficiente para mobilizar multidões. Nas primeiras pesquisas para o Senado pelo DF, variou entre 35% e 45% das intenções de voto, números que a colocam como top 3 entre os nomes mais fortes da política local, ao lado de Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão.
O nome de Michele é amplamente conhecido — tanto para o bem quanto para o mal. Enquanto é rejeitada pela esquerda, tem forte simpatia da direita e da centro-direita. Em um cenário onde 62% do eleitorado brasiliense se declara de direita ou bolsonarista, o peso político dela é inegável.
Dupla decisiva: Michele e Celina
A relação entre Michele Bolsonaro e a vice-governadora Celina Leão pode ser um fator decisivo nas eleições de 2026. Uma eventual dobradinha entre Celina, candidata ao GDF, e Michele ao Senado seria uma composição poderosa. Em caso de embate com o PT, as declarações de Michele em favor de Celina podem se tornar determinantes.
Aliás, até o governador Ibaneis Rocha reconhece o valor dessa aliança: uma futura dobradinha Michele-Ibaneis ao Senado seria, segundo bastidores, praticamente imbatível.
A moral da história
O cenário está desenhado. Michele Bolsonaro é o nome da vez da política do DF.
Tem o toque de Midas — tudo o que toca, politicamente, ganha força.
Enquanto Lula não conseguiu eleger seu “poste” Fernando Haddad, Michele conseguiu eleger o dela: Damares Alves. Até poste ela fez subir a rampa do Senado. E isso, convenhamos, não é pouca coisa.
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