Sucessão ao Palácio Buriti 17/02/18: um retrato

A corrida ao Buriti pegou fogo. Ainda nem chegamos a fevereiro e esquerda e direita do DF estão absolutamente rachadas. Os egos, as vaidades e absoluta incapacidade de perceber o outro dinamitaram as alianças que se desenhavam. Agora é cada um por si. 
No campo da esquerda, a possibilidade de Rollemberg atrair partidos e quadros para sua candidatura caiu junto com o viaduto. Ainda que não viesse bem nas pesquisas de intenção de voto, o governador acreditava que um discurso de “austeridade” seria suficiente para alçá-lo ao segundo turno das eleições. Ledo engano. A coisa está tão feia com o pessebista que até Rômulo Neves, seu ex-chefe de gabinete, declarou essa semana que Rollemberg deveria se abster de disputar a reeleição.
Com o ocaso de Rodrigo, quem se encorajou foi o Presidente da CLDF, Joe Valle (PDT). Nesta semana Joe bateu o martelo: é sim candidatíssimo. Tarefa difícil. Desde a emancipação política do Distrito Federal, nenhum político passou direto da Câmara ao Buriti. Quando seu nome é testado em pesquisa, o desempenho é pífio. 
Joe aposta suas fichas na proposta de extinguir a verba indenizatória e, com isso, atrair o apoio do senador Reguffe, primeiro político do país a abrir mão da verba indenizatória. Tarefa difícil: Reguffe apoiou os últimos dois governadores (extremamente impopulares) e dificilmente disponibilizará seu capital político em um voo cego.
No campo da direita, a confusão é parecida. O atual líder das pesquisas, Jofran Frejat, recentemente se isolou. No afã de se afirmar como candidato da direita, Frejat, em reunião recente, tentou se impor candidato do grupo. Se deu mal. Apenas Fillipelli (e seu MDB) topou, com a condição de indicar o vice na chapa. Frejat topou e, resultado disso, passou a uma condição de extremo isolamento. Além de desagradar Arruda, afastou Izalci, Fraga, Alírio e Paulo Octávio, que não aceitam jogar o jogo passivamente.
Neste novo polo, as coisas também estão desordenadas. Izalci não tem nenhuma segurança frente ao PSDB. E, sem partido, sem jogo. Paulo Octávio vem se esforçando para conquistar o controle do Progressistas (PP), mas a briga com Filipelli é dura. Fraga não anda bem no DEM e foi preterido (para não dizer traído) na escolha do líder do partido na Câmara Federal. Alírio Netto tem o PTB nas mãos.
Além disso, o mundo político do DF sabe que Alírio é o preferido de Arruda. E em sã consciência, nenhum ator político desconhece a força do careca. Arruda, mestre da sedução, sempre buscou aprovar na CLDF suas proposições por unanimidade. Muitas vezes foi bem-sucedido. 
Neste processo eleitoral, quer fazer o mesmo: ser o fiador e articulador de uma frente que reúna todos os políticos de seu campo. Mas as vaidades de parte a parte o afastam deste intento.
Por fim, uma constatação: se Reguffe e Arruda entrarem no jogo não se surpreendam se virmos um segundo turno entre Joe e Alírio. 
O tempo dirá… 
Fonte: Redação 

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