Informações Milena Lopes, Jornal de Brasília
As articulações para as eleições 2018 passam – e dependem dos desdobramentos – pelas investigações em curso no País. A Operação Panatenaico, que apura desvios de recursos na construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, por exemplo, é um dos termômetros para a disputa do ano que vem por aqui. Mesmo com as articulações e o jogo posto agora, é ela que pode dar os rumos da disputa.
Ex-governador e arregimentador de votos na capital, José Roberto Arruda (PR) é um dos que podem mudar os cenários postos. Enquanto ele atua apenas nos bastidores das articulações políticas, sua defesa se indigna com o indiciamento dele, que nada teria a ver com os supostos pagamentos de propinas. A licitação para a reconstrução do Mané foi concluída quase seis meses após Arruda deixar o governo.
Nem um real na gestão Arruda
“Nem um real dessa obra foi pago no governo de José Roberto Arruda”, diz o advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defende o ex-governador. “Como ele poderia negociar, se a licitação foi feita em outra gestão?”, reitera. Nos debates e entrevistas dos quais Arruda participou como candidato na eleição passada, ele criticou com veemência os gastos exorbitantes com o estádio. E lembrou, diversas vezes, principalmente ao ex-governador Agnelo Queiroz, que a obra havia sido orçada em R$ 690 milhões, na época, mas passou de R$ 1 bilhão, no fim das contas.
De lá e de cá
Enquanto isso, Jofran Frejat (PR), o nome de Arruda para concorrer no ano que vem, passeia de um lado a outro, para avaliar onde poderá caber melhor. Depois de reiteradas conversas com um grupo de direita – já fechado entre PMDB, PSDB, DEM, PP e PTB -, tem mantido bom diálogo com os que defendem a candidatura de Joe Valle (PDT). Em mais um dia de cortejo, ontem, almoçou com o senador Cristovam Buarque (PPS), um dos que devem fechar com PDT, Rede e PV uma aliança contra as forças de direito e, claro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que, por enquanto, poderia contar apenas com o PSD do deputado federal Rogério Rosso.
Vai depender…
Seria o caminho mais coerente que Frejat, estando no PR, se encaixasse no grupo da direita. Mas a Panatenaico pode mudar o rumo da prosa.
Sem partido e à procura
A ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (sem partido) também tenta se encaixar no grupo da direita, mas estaria à procura de uma promessa de ser vice na chapa a ser formada.