Covid-19: mortes se tornaram palanque eleitoreiro

Por Felipe Fiamenghi

Cem mil mortos. E sabem o que é impressionante? A cara de pau de quem quer usar o número para criar narrativa política.
São essas pessoas, as mesmas que usam caixões como palanque eleitoreiro, que pedem “mais amor” e se auto denominam “empatas”?

Estamos sob estado de emergência desde 20 de Fevereiro. O Governo Federal baixou o decreto antes que o primeiro caso fosse confirmado no Brasil. Mas o brasileiro não consegue ficar sem rasgar a fantasia. Cancelar o carnaval traria muito prejuízo, eles disseram. E dá-lhe empurra-empurra e esfrega-esfrega, durante todos os dias de folia.

Verbas não faltaram. Pelo contrário. Com toda a mídia massacrando o presidente, em tempo integral, não se viu sequer uma reportagem em hospital superlotado, com gente morrendo nos corredores, como sempre fomos habituados a ver no Brasil, em épocas em que a única epidemia era a de corrupção.

Com total apoio do STF, governadores e prefeitos tomaram o controle da situação. Fecharam as cidades e pararam o país, porque precisavam de tempo para preparar o sistema de saúde, mas desmontaram hospitais de campanha enquanto o povo ainda estava preso em casa.

Criaram o caos

Milhões de empresas falidas, dezenas de milhões de desempregados. E o Governo Federal pagando a conta do auxílio emergencial, do seguro desemprego, mesmo com a arrecadação despencando 26%.

Ainda assim, se medirmos com a régua certa, estamos reagindo melhor do que países muito mais desenvolvidos. Para cada 100 mil habitantes, temos 48 óbitos. A Suécia tem 57, Itália 58, Espanha 61, Reino Unido 70 e Bélgica 86.
Entre os “vizinhos” americanos, estamos praticamente empatados com os EUA, com 49, e menos atingidos do que Chile, com 53 e Peru, com 64.

Em um país continental e subdesenvolvido, que em 2020 ainda tem epidemias de Dengue e pessoas morrendo de Sarampo, onde a burrice de governantes chega ao ponto de, durante uma pandemia, decretar um rodízio de carros na maior metrópole das Américas e, assim, fazer com que milhões de pessoas se aglomerem no transporte público, os resultados poderiam ser muito piores.

O presidente disse, sim, que para a maioria dos infectados seria uma “gripezinha”. Disse, aliás, repetindo a fala de um médico renomado. E não estava errado. Ao atingirmos 100 mil mortos, atingimos também 2 milhões de recuperados. A maioria, então, está viva e bem.

Óbitos vão para as costas do presidente

Mas para a esquerda, ele é o culpado por cada um dos óbitos. Não Dória, que liberou o carnaval dizendo que não havia motivo para pânico; não Mandetta, que impediu que o SUS adotasse o protocolo de tratamento que já estava salvando vidas na rede particular; não Witzel, com secretários envolvidos em desvios das verbas para combate à pandemia; não a OMS, que escondeu evidências, atrasou o alerta global e afirmou que era muito cedo para o Brasil iniciar procedimentos de emergência; não o STF, que deu plenos poderes a prefeitos muitas vezes semi-analfabetos; não o PT, que tentou proibir judicialmente o remédio.

Com 51% dos brasileiros sem nenhum tipo de trabalho, de acordo com o IBGE, logo veremos uma escalada de mortes pela violência urbana e demais consequências da crise econômica. Para quem não consegue enxergar o óbvio e precisa de evidências científicas, pode procurar os incontáveis estudos sérios, que apontam a correlação entre o aumento do desemprego e da mortalidade, como os realizados pela Universidade de Chicago, Sorbonne, Harvard, London City Hall, U.S. Bureau of Economic Analysis, entre outros.

Com certeza, novamente, a culpa também será do Presidente. Não de Moro, que fabricou uma crise política, propositalmente, no meio da pandemia; não de Átila Iamarino, que usou sua “autoridade acadêmica” para deixar as pessoas em pânico, espalhando a maior Fakenews sobre o caso; não da Rede Globo, que estimulou desespero e incentivou o “lockdown”, visando atingir politicamente o governo eleito.

A torcida pelo caos

Honestamente, me espanta o fato de que estas pessoas, que defendem apaixonadamente os verdadeiros responsáveis por tudo que está acontecendo, consigam colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente.
Torcem contra o próprio país, na esperança de, com o caos, conseguirem derrubar o único cara que, desde o começo, está dizendo que consequências muito piores viriam; o “genocida” que não deixa faltar recursos para a saúde; o “ditador” que é censurado por uma Corte corrupta e briga com ministros para que o povo tenha liberdade.

Não sei se é inocência, doutrinação, vaidade ideológica ou se são apenas muito filhos…

 

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