Distrital em rota de colisão com servidores da CLDF

Uma briga na Câmara Legislativa está dando o que falar nos bastidores. Servidores efetivos da Casa tem feito costuras para impedir a recondução de Robério Negreiros para a Segunda Secretaria. A eleição da Mesa Diretora ocorre nesta terça-feira (1º), quando se escolhe o presidente, o vice e os três secretários que vão comandar a CLDF pelos próximos dois anos.

Ocorre que servidores, principalmente os que são ligados ao sindicato da categoria, a Sindical, não querem o deputado lá. Na verdade, existe uma rusga antiga entre as duas frentes. Parece briga de Davi e Golias. Golias, consideram, seria Negreiros. Ele comandou a Segunda Secretaria nos últimos dois anos.

Negreiros quer a reeleição. Os servidores não querem. E há, inclusive, informações de que os se movimentaram, até mesmo isoladamente, e conversaram com distritais. Foram mais de dez parlamentares contatados. Nas conversas, pedidos para a não indicação e posterior reeleição de Negreiros para a Segunda Secretaria.

Robério Negreiros sofre grande rejeição dos servidores da Casa. É alimento dessa rejeição a idéia de que ele seria muito “arrogante” e “destrata” os funcionários. Chamam até mesmo de perseguidor dos concursados.

A entidade que representa os servidores, a Sindical, tem um posicionamento muito crítico ao deputado. Defende ser a primeira vez na história da CLDF que um parlamentar seja tão rechaçado por funcionários.

“Lamentaríamos muito a manutenção de Robério Negreiros na Segunda Secretaria. Tememos que ele lá possa atrapalhar as nomeações e posse dos novos concursados”, diz Jeizon Allen Silverio Lopes, presidente da Sindical. Segundo Jeizon, o distrital foi o maior opositor ao concurso da CLDF por defender a terceirização de serviços públicos.

A preocupação da Sindical, no entanto, não parece franzir a testa de Robério Negreiros. “Eles precisam se preocupar com os processos que estão correndo contra os dirigentes. Um é de dano ao erário. Ter cargo de chefia (8 hrs) e estudar de manhã no IDP e a noite na UNB. Vão ter que devolver o dinheiro e responder por improbidade”.

Robério se refere a um caso de 2014 envolvendo o segundo vice-presidente da Sindical, Átila Vinícius de Carvalho (Entenda um pouco sobre o caso).

Outra questão apontada pela Sindical é o poder que a Segunda Secretaria terá a partir da próxima legislatura. Ela terá sob as suas rédeas o planejamento e execução do orçamento da Casa. Para a entidade, seria como se a presidência da CLDF fosse apenas figurativa. As decisões estariam concentradas dos outro lado do corredor do 5º andar.

2019 parece prometer mais rounds entre o deputado e os servidores efetivos da CLDF. Veremos…

O deputado Robério entrou em contato com a reportagem para dar seu posicionamento sobre o concurso da CLDF:

Sempre fui favorável ao concurso, tanto que votei favoravelmente na atual Mesa Diretora para que acontecesse. Esse Fakenews não cola mais.Não tenho problema algum com servidores efetivos. O jogo em questão são dois dirigentes do Sindical que por sinal não trabalham efetivamente no poder legislativo, o presidente inclusive recebe salário e é liberado do trabalho para o sindicato, porém está com um escritório de advocacia, atentando contra a probidade administrativa. O dirigente sindical Jeizon deveria inclusive estudar e verificar o que é atividade finalística (somente servidores concursados) e atividade meio que é passível de terceirização. Por fim, o pano de fundo real é que eu estou lutando para implementar o ponto eletrônico de trabalho na CLDF. Dirigente sindical não quer e nunca quis trabalhar. Temos que moralizar o horário de trabalho como já existe no Congresso Nacional.

O parlamentar também garante que não é contra servidores.

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