Por Felipe Fiamenghi
Durante os finais de semana, tenho tentado “desligar” das notícias, para preservar o pouco de saúde mental que ainda me resta. Hoje, então, na hora de me “atualizar”, dei de cara com insanidades inomináveis sobre o caso do aborto em uma menina de dez anos.
Até agora eu não estou acreditando em tudo que eu li. Eu me recuso a acreditar!
Estamos falando de uma menina de 10 anos, DEZ ANOS, que foi abusada desde os 6 aninhos, por alguém que devia protegê-la, e acabou grávida.
Não cabe nenhuma discussão ideológica, religiosa, ou porcaria nenhuma. A “instituição familiar” falhou. A sociedade falhou. A religião falhou. NINGUÉM teve a capacidade de proteger essa garotinha das ATROCIDADES que ela sofreu durante quase a metade da sua vida.
Não há ilegalidade
Não vou entrar, aqui, na discussão sobre aborto ser certo ou errado. Já me posicionei diversas vezes sobre o tema. O fato não serve, em absoluto, para fortalecer a narrativa sobre a necessidade de legalização do aborto irrestrito, porque neste caso JÁ É LEGAL.
Também não cabem justificativas argumentativas, de que “o bebê pode morrer, mas o estuprador não”. Por mim, empalava o abusador, em praça pública, e deixava o corpo apodrecendo para servir de exemplo. Não vem ao caso. Um erro não justifica o outro. Não podemos exigir mais sofrimento da vítima só porque não temos punições mais severas para o criminoso. Não faz sentido.
Me deu vergonha, muita vergonha, pra não dizer repulsa, ao ver os ditos “conservadores” tentando invadir o hospital, depois de serem atiçados pela lunática da Sara Winter. Aliás, se eu defendi o direito de expressão dessa ativista, no caso do STF, agora eu sou o primeiro a apoiar que vá pra cadeia, por ter divulgado os dados da garotinha. Isso foi nojento. Baixo demais até para alguém com o seu histórico de militância.
Um caso tão abominável não pode servir de bandeira ideológica para nenhum dos lados. O mínimo que essa menininha merece, depois de tudo que passou, é a solidariedade da sociedade que não teve capacidade sequer de punir rigorosamente o seu agressor.
A direita brasileira só perde com essa cambada de histéricos, que dão munição para que a esquerda taxe-nos, todos, como monstros insensíveis.
Questionando os valores das pessoas
Nessas horas, admito, tenho dúvidas se estou combatendo na trincheira certa. Quando eu vejo pessoas defendendo que uma garotinha de DEZ ANOS, estuprada, continue uma gravidez de altíssimo risco, em nome da “defesa à vida” e cobertos pelo “manto” do “conservadorismo”, começo a questionar os valores das pessoas para as quais eu ajudo a dar voz.
E, honestamente, eu não estou preocupado em “debater” esse assunto, em justificar a minha posição, nem em perder seguidores. Quem quiser me taxar de “progressista”, pode taxar. Aproveita e me faz um favor: SOME! Nem quero ter contato com quem aceita prolongar o sofrimento de uma CRIANÇA para sustentar qualquer ideologia.
Grande parte da “direita” não passa de esquerda com sinal trocado. Meros ideólogos radicais, que não se importam com o bem-estar nem dos mais inocentes. Em nome do “bem-comum”, da “moral e bons costumes”, aceitam qualquer atrocidade. Diferem dos adversários apenas nas opiniões; mas utilizam dos mesmos métodos cruéis e desprezíveis.