Mesários foram flagrados levando as urnas do local de votação e voltando horas depois, antes de finalizar a eleição e de contabilizar votos
A Associação dos Servidores da Limpeza Pública (ASLU) está em eleição para o triênio 2022/2025 e o processo tem sido cercado de manobras e conchavos. Na tarde desta quarta-feira (21), a situação se agravou.
Servidores da Associação flagraram dois mesários de Taguatinga-DF e dois mesários Planaltina-DF deixarem o local de votação com a urna de votação debaixo do braço, antes mesmo do final da eleição e da contagem dos votos. Expulsões de possíveis adversários para a inviabilizar suas candidaturas também marcam o processo, que agora será decidido na justiça.
Movimentar qualquer urna durante uma votação põe em suspeita toda a idoneidade do processo eleitoral, pelos fortes indícios de fraude e condena o resultado dessas eleições. O caso se agrava quando as urnas usadas não são do tipo eletrônicas (auditáveis), mas no sistema de votos impressos, mais propensas a fraudes, vez que não tendo os votos conferidos, podem ter sido abertas e os votos substituídos. Ainda em caso de suspensão do horário de votação, as urnas não poderiam ser retiradas do local.
“Será quantos votos eles colocaram aí”, questionou um dos servidores.
Essa não é a primeira irregularidade cometida pela atual gestão com o intuito de manobrar o resultado das eleições e se manter na diretoria. Segundo Adalmy Bezerra, a atual gestão não dialoga com a categoria, impõe decisões e expulsa arbitrariamente àqueles que divergem dos pensamentos ideológicos e partidários. As situações têm gerado clima de medo e terror entre os associados.
Um dos casos foi a perseguição da diretoria aos servidores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) que defendiam a inclusão da categoria na carreira de Políticas Públicas e Gestão Governamental (PPGG). Uma luta que durou 11 anos e que logrou êxito em março passado, sendo considerada a maior vitória da categoria nos últimos anos. A atual diretoria da ASLU não comemorou essa vitória. Pelo contrário. Segundo servidores, eles chegaram a incitar protestos contra a inclusão da categoria no PPGG sob o falso argumento de que os servidores perderiam o plano de carreira em que passaram no SLU. 80% dos servidores da antiga carreira de Resíduos Sólidos estarão aptos a se aposentar já no próximo ano, o que inviabilizaria qualquer evolução.
Para além disso, todos os servidores que lutaram e vibraram com a vitória, se tornaram alvos do grupo em uma perseguição que começou em meados de junho deste ano. Como resultado, associados foram expulsos de forma constrangedora da ASLU após mais de 30 anos de contribuição, o que culminou no embargo de uma das chapas que concorreria contra a atual gestão.
O caso foi parar na Justiça
Servidores que compunham a chapa de oposição a atual gestão da ASLU, entraram com uma liminar exigindo a anulação da eleição e também o retorno dos servidores aos quadros.
Veja o vídeo em que os mesários foram flagrados levando a urna dos locais de votação de forma arbitrária e suspeita.