Exclusivo: o laranjal

Assessor do ministro Marcelo Álvaro Antônio será convocado a prestar depoimento na câmara dos deputados!

Integrantes da Comissão dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados querem convocar Matheus Voon Rondon assessor do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio para depor sobre o “Laranjal do PSL” em Minas Gerais que teria utilizado candidatas mulheres nas eleições de 2018, apenas como forma de cumprir a legislação, mas com utilização do dinheiro destinado para as campanhas das candidatas irregularmente.

As bancadas do PT e de partidos da esquerda pretendem convocar, assim que possível, por conta das limitações do Congresso em função da pandemia do coronavirus, Mateus Von Rondon e mais 22 pessoas para esclarecimentos sobre o laranjal de Minas.

Serão convocados, portanto, investigados e investigadores no processo judicial. A ideia é esclarecer o assunto e se necessário convocar uma CPI para investigar o uso indevido das cotas das mulheres nas eleições.
Von Rondon atualmente é assessor especial do ministério do Turismo.

Em junho de 2019, ex-assessores do ministro do Turismo foram presos por suposto envolvimento em candidaturas ‘laranjas’.

A Polícia Federal (PF) na segunda fase da Operação “Sufrágio Ostentação”, que investiga supostas “candidaturas-laranja” de mulheres do PSL para desvio de recurso público prendeu Mateus Von Rondon Martins, assessor especial do ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL).

Von Rondon, que é sócio fundador de uma empresa de serviços de internet e marketing criada em 2013 e cujas atividades encerrou em janeiro de 2019, foi detido na casa em que mora em Brasília. A corporação cumpriu três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão.

As ordens judiciais foram cumpridas em Governador Valadares e Ipatinga, em Minas Gerais, além de Brasília, no Distrito Federal.

Outros dois ex-assessores do ministro do Turismo também foram presos em caráter temporário nesta mesma operação: Robertinho Soares e Haissander Souza de Paula, que foram assessores de gabinete do ministro Marcelo Álvaro Antônio quando este foi deputado federal, entre 2015 e 2019. Até abril de 2019, Soares ocupou provisoriamente o cargo de secretário da legenda.

O partido informou que os três não integram nem o diretório, nem a executiva estadual do partido.

Além das prisões, a PF apreendeu computadores e telefones. A PF apura a denúncia de quatro candidatas aos cargos de deputadas estadual e federal pelo PSL, que afirmam terem sido usadas como laranjas do partido no pleito de 2018.

Ministro do Turismo envolvido

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as candidatas acusam o atual ministro do Turismo de ser o pivô do esquema ao cobrar a devolução para o diretório do PSL de parte do dinheiro destinado às candidaturas femininas.

O objetivo, segundo a PF, seria maquiar para a Justiça Eleitoral a destinação obrigatória de 30% do dinheiro do Fundo Eleitoral para as mulheres.

Mas até o momento, as investigações apontam que as candidaturas-laranja tiveram um custo até 30 vezes maior do que outras do PSL em Minas.

Enquanto uma candidatura de um deputado eleito gera um gasto médio de R$ 10 por voto, no caso dessas candidatas, o gasto ficou entre R$ 150 e R$ 300, de acordo com o delegado federal Marinho Rezende, que conduz as investigações.

O ministro Marcelo Álvaro Antônio não se pronunciou nem sobre a detenção de seu ex-assessor, Robertinho Soares, nem sobre a deflagração de uma nova operação policial.

Desde que as suspeitas vieram a público e o caso passou a ser apurado, o ministro tem afirmado que a distribuição do Fundo Partidário em Minas Gerais seguiu “rigorosamente o que determina a lei” e que os fatos foram deturpados e “denúncias vazias” publicadas.

No fim de abril de 2019, a Polícia Federal (PF) deflagrou a primeira fase da operação “Sufrágio Ostentação” e cumpriu mandados de apreensão em sete gráficas de Minas que teriam imprimido materiais de campanha das supostas candidaturas-laranja.

A corporação também apreendeu documentos e computadores na sede do PSL de Belo Horizonte. Na ocasião, ninguém foi preso.

Primeira denúncia

A primeira denúncia formal do suposto esquema fraudulento de desvio de verba eleitoral, no entanto, veio da ex-candidata Cleuzenir Barbosa, que concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PSL.

Ela declarou que foi surpreendida ao receber as mensagens dos assessores do partido pedindo a devolução da verba. Após a recusa, Cleuzenir, que chegou a fazer dobradinha eleitoral com o então candidato a deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, afirma que foi excluída dos grupos de campanha e vetada da agenda do PSL para divulgar a própria candidatura. A mulher mora em Portugal desde dezembro de 2018.

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