O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) aceitou mais quatro denúncias oferecidas pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) contra envolvidos em fraudes no sistema de bilhetagem automática (SBA) do extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Mais 38 pessoas foram denunciadas por associação criminosa e estelionato contra a administração pública, fatos apurados na Operação Trickster. O Ministério Público também obteve decisão favorável para o sequestro de mais de R$ 71 milhões pelos danos causados ao erário.
Prejuízo aos cofres públicos: Os denunciados faziam parte de cinco grandes cooperativas de transporte: Cooperbras, Cootransp, Transport, Cooperride e Coopertop. Eles são acusados de simular milhares de viagens, provocando a inserção de dados falsos no sistema informatizado e no banco de dados do sistema de bilhetagem automática administrado pela DFTrans. A deflagração da Operação Trickster, no último ano do governo Rollemberg, levou à queda do então diretor-geral do DFTrans, Léo Carlos Cruz. Na denúncia, os promotores da Prodep apontam que os donos de cooperativas ganharam dinheiro com o prejuízo do Distrito Federal. De acordo com as investigações, no período entre janeiro de 2014 e março de 2018, por 50 meses consecutivos, a Cooperbras causou danos no valor de R$ 28.544.190,28. A Cootransp somou R$ 10.634.636,78. A Transport Mobilidade Urbana e Coopertiva recebeu, ilegalmente, R$ 7.784.579,76. Os denunciados que operavam para Cooperride e Coopertop levaram R$ 24.181.402,64.
Denúncias: O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou seis ações penais. Uma em 2018, outra em 2019 e quatro em 2020. De acordo com os promotores de Justiça, “para o funcionamento do esquema criminoso, foi comprovado, ao longo das investigações, o envolvimento de servidores do antigo DFTrans, extinto em 2019 pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), além dos permissionários de linhas do Sistema de Transporte Público Coletivo Rural (STPCR) do DF, com vinculações às cooperativas. As primeiras denúncias foram mais focadas nos gestores dos sistemas de bilhetagem que inseriam dados falsos nos sistemas. As quatro mais recentes reúnem as informações sobre o modus operandi e os valores desviados pelas cooperativas.