Em uma iniciativa que promete dar mais transparência e acender o debate sobre o uso do dinheiro público, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) lançarão, no próximo dia 23, o “Gasto Brasil”, também chamado de “Gastômetro”.
Inspirado no já conhecido Impostômetro — painel que exibe em tempo real o valor dos tributos arrecadados no país — o Gastômetro terá como missão mostrar, de forma clara e direta, quanto os governos federal, estaduais e municipais estão gastando com o dinheiro público. A ferramenta surge como um contraponto ao volume arrecadado, revelando quanto está sendo efetivamente utilizado — e, muitas vezes, desperdiçado — pelos gestores públicos.
Painel físico será instalado no coração de São Paulo
O painel de LED que dará vida ao Gastômetro será instalado no Pátio do Colégio, no centro histórico da capital paulista. A localização simbólica reforça o caráter cívico da iniciativa, buscando chamar a atenção não só de paulistanos, mas de todo o país para o impacto dos gastos governamentais no cotidiano do cidadão.
Gasto já bilionário (ou melhor, trilionário)
E o Gastômetro já começa sua missão com números alarmantes. De acordo com dados do Portal da Transparência, somente a União já gastou R$ 1,7 trilhão em 2025 — e o ano ainda nem chegou ao mês de maio. Em paralelo, o Impostômetro aponta que foram arrecadados quase R$ 1,2 trilhão em impostos no mesmo período. A disparidade evidencia um ciclo de arrecadação e gasto que preocupa especialistas e empresários.
Transparência ou alerta?
Segundo os idealizadores, a proposta do Gastômetro não é apenas informar, mas também estimular o debate sobre eficiência, responsabilidade fiscal e prestação de contas. A ferramenta busca engajar a população no acompanhamento dos gastos públicos, exigindo mais transparência por parte dos governos.
O lançamento oficial acontecerá com um evento aberto ao público, reunindo representantes do setor empresarial, autoridades e especialistas em contas públicas.
Se o Impostômetro já chocava pela velocidade com que o dinheiro é arrecadado, o Gastômetro tem tudo para escancarar uma outra face da moeda — a do dinheiro que evapora.