Por Felipe Fiamenghi
“Conservadores querem preservar àquilo que amam, enquanto progressistas querem destruir àquilo que odeiam”. Em pouquíssimas palavras, essa é a definição de Sir Roger Scruton, o maior filósofo conservador contemporâneo.
Ser conservador não significa preservar tudo que está aí. Muitas vezes o conservadorismo é reformista. Haja vista que foram conservadores, tanto no Brasil como nos EUA, que aboliram a escravidão.
Reformista ou não, sempre será defensor da LIBERDADE e da DEMOCRACIA e jamais será retrógrado ou ultrapassado. Adequar-se-á aos tempos. Exatamente por isso, o conservadorismo é, entre as atualmente existentes, a mais antiga das vertentes políticas.
E a defesa da liberdade sempre será a mais difícil de todas, visto que esta é extremamente cara. Pouquíssimas pessoas estão dispostas a realmente pagar o preço que ela cobra.
Ontem, ao escrever sobre a propaganda do dia dos pais da Natura, fui insistentemente taxado de “isentão” e “em cima do muro”. Cheguei inclusive a ser bloqueado por algumas pessoas, que não ficaram satisfeitas por eu não pedir boicote ou defender a censura da marca e de sua campanha.
Conservadorismo moral e o conservadorismo político
Já cansei de explicar, aqui, a imensa diferença entre o conservadorismo moral e o conservadorismo político. Stálin, Hitler, Mussolini e Che Guevara eram absolutamente moralistas. Isso, nem de longe, tornava-os politicamente conservadores.
Discurso parecido com o meu, aliás, fez o próprio Jair Bolsonaro, quando o Burger King fez uma propaganda “lacradora”, em retaliação ao veto à uma campanha do Banco do Brasil.
A grosso modo, o Presidente disse que: Uma empresa PRIVADA, com o seu próprio dinheiro, faz o que bem entender.
Nós, os conservadores, sempre seremos vigilantes quanto às pautas que interferem nos VULNERÁVEIS. Seremos sempre RÍGIDOS em temas como pedofilia ou aborto. JAMAIS, porém, interferiremos no que fazem ADULTOS, em comum acordo, sem que prejudiquem aos demais.
Acredito que seja extremamente preocupante, por exemplo, o lançamento do livro da Xuxa, com temática LGBT, ou vídeos do Felipe Neto falando sobre sexo oral e masturbação, porque estes visam o público INFANTIL; fomentam a sexualização precoce de crianças.
Mas uma propaganda de cosméticos? Sejamos sinceros, nenhuma criança sequer sabe quem foi a Thammy Gretchen. Quem a viu no “auge” dos ensaios nua, no já longínquo começo dos anos 2000, hoje é adulto feito.
Toda essa história, então, é apenas “mimimi” de marmanjo.
Qualquer um tem pleno direito de reprovar a campanha e, inclusive, repudiar os produtos da marca. Mas EXIGIR que uma empresa privada replique seus valores morais particulares e, caso contrário, pedir CENSURA é uma atitude absolutamente TOTALITÁRIA.
No que se diferem, estes, daqueles que se organizam para pressionar os patrocinadores dos veículos de comunicação direitistas, criam redes para assassinar a reputação de opositores, ou tentam usar o Estado para calar quem os contradiz?
São apenas militantes de banho tomado, cabelo cortado e barba feita, que EM NADA se assemelham aos conservadores.