Conhecido pelo seu trabalho em prol das minorias, o jovem assistente social foi eleito em 2018 com quase 11 mil votos. Foi em conjunto com o seu partido, que Felix decidiu se candidatar.
“Nunca é uma escolha simples, se candidatar exige muita coragem e muita renúncia. Mas a abdicação da vida pessoal e a exposição a ataques ficam muito pequenas diante da vontade de mudar as coisas, de lutar pelas pessoas!”, conta em seu site.
Fábio Felix (Psol) está no segundo ano de seu primeiro mandato e é o primeiro homossexual a assumir uma cadeira na Câmara Legislativa.
A Rádio Corredor conversou com ele. Confira!
01) Você acha que fez um bom primeiro ano de mandato?
O primeiro ano do nosso mandato superou nossas expectativas. Conseguimos imprimir uma marca forte em defesa dos direitos humanos e de oposição responsável ao governo Ibaneis. Iniciamos o segundo ano com mais tarefas do que no início da gestão. Estamos tocando uma CPI do Feminicídio, atuando em defesa do patrimônio dos brasilienses e cheios de projetos que vão ao encontro das pessoas mais vulneráveis. Eu sempre disse que gostaria que o nosso mandato se tornasse uma central da dignidade humana e estamos nos tornando uma referência nesse sentido. Foi um ano de muito aprendizado também. Seguimos com os pés no chão e cientes dos imensos desafios que nos aguardam. Vamos em frente sem esquecer de onde viemos e aonde queremos chegar.
02) O que você acha que precisa ser melhorado em seu mandato?
Temos buscado um dialogo próximo e direto com a população, o mandato é aberto e preza pela participação social na construção diária de suas ações. Ao mesmo tempo em que avançamos nesse quesito, sentimos que há uma barreira em relação à CLDF e esse é um desafio que enfrentamos todos os dias. A burocracia, muitas vezes, afasta as possibilidades de construção coletiva. Nosso maior desafio é sempre trazer as pessoas para perto da atividade legislativa, porque a política precisa ser representativa das reais necessidades da população.
03) Você acha que seu eleitor está satisfeito com o andamento do seu mandato?
O que mais nos encoraja a seguir em frente é o retorno positivo por parte da população. O Gabinete 24 se tornou representativo de muitas pautas e temos uma atuação que não se restringe à temática LGBTI+, como muitos pensavam. Atuamos fortemente na defesa dos direitos humanos; da liberdade na educação e na construção de uma escola pública que debate os problemas sociais; encabeçamos uma luta importante para instaurar a CPI do Feminicídio e travamos uma batalha feroz em defesa do patrimônio público e das empresas da nossa cidade. Também lutamos muito contra a criminalização da política, dos servidores públicos e de todos aqueles que defendem os direitos humanos em tempos de acirramento ideológico.
04) Você acha que o eleitorado do DF está satisfeito com sua conduta política?
Conforme dito acima, o Gabinete 24 tem pautado sua atuação para além daquilo que esperavam de nós. É evidente que a defesa dos direitos e da dignidade da população LGBTI+ é central para nós. Mas o nosso mandato se tornou uma central de acolhimento de muitas pautas fundamentais. Conseguimos fazer com que a Comissão de Direitos Humanos realize entregas consistentes e seja uma referência para os segmentos mais vulneráveis; enfrentamos interesses poderosos ao combater o aumento das passagens e ao marcar posição fortemente contrária à privatização das empresas públicas. O retorno tem sido muito positivo e seguiremos fazendo uma oposição programática e consistente aos governos Ibaneis e Bolsonaro.
