Novas informações obtidas pelas comissões da Verdade de São Paulo e Minas Gerais levarão o governo federal e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos a reabrirem a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, o responsável pela construção de Brasília. A comissão se reunirá hoje, no Recife, com a expectativa de formalizar a decisão de retomar as apurações.
Juscelino faleceu em um acidente de carro na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, em agosto de 1976. Na época, as investigações realizadas durante o regime militar concluíram que sua morte foi uma fatalidade, avaliação que também foi corroborada pela Comissão Nacional da Verdade em 2014, e por uma comissão externa da Câmara dos Deputados, formada em 2001, sob convocação do então deputado Paulo Octávio, casado com a neta de JK, Ana Cristina Kubitschek.
Contudo, novas evidências sugerem que a morte de Juscelino pode não ter sido um acidente, incluindo possibilidades de sabotagem mecânica, intoxicação do motorista ou até mesmo um tiro disparado contra o condutor. O veículo, um Opala, estava sendo dirigido por Geraldo Ribeiro. Em 1996, o perito Alberto Carlos de Minas exumou o corpo do motorista e afirmou ter encontrado uma perfuração no crânio, compatível com uma fratura causada por disparo de arma de fogo. A versão oficial, durante o regime militar, indicava que o carro colidiu com uma carreta após ser atingido por um ônibus da Viação Cometa.