Minha Visão Sobre “Um Corpo que Gera”

‘Um Corpo que Gera’ aborda temas extremamente relevantes como a complexidade da maternidade, relações familiares e os desafios emocionais da gestação por substituição

“Um Corpo que Gera” é uma série dramática israelense que aborda a complexidade da maternidade, relações familiares e os desafios emocionais da gestação por substituição. Criada por Shira Hadad, Dror Mishani e Shay Capon, que também dirige a produção, o lançamento da Netflix destaca a luta de um casal para se tornar pais e as nuances das suas interações com a mãe substituta.

Sinopse da Série

Ellie, uma mulher casada com o advogado de sucesso Ido, anseia por uma carreira significativa e carrega o peso do abandono parental em seus primeiros anos de vida. Em Israel, existe a prática de colocar recém-nascidos em creches nos kibutzim (comunidades onde as pessoas vivem, trabalham e produzem em conjunto), para que os pais possam trabalhar sem a responsabilidade contínua dos cuidados parentais, algo que Ellie culpa por suas inseguranças.

Incapaz de engravidar naturalmente, o casal decide recorrer à gestação por substituição, contratando Chen, uma mãe solteira lutando para sustentar seu filho, Uri, sem o apoio do ex-marido. Ao longo dos oito episódios, a série explora se o relacionamento entre Ellie, Ido e Chen pode permanecer estritamente comercial ou se inevitavelmente se tornará emocional.

Crítica de “Um Corpo que Gera”, da Netflix

“Um Corpo que Gera” é um drama humano envolvente e profundamente emocional. O roteiro, escrito de forma inteligente e fluida, é notável pela sua verossimilhança e capacidade de capturar as dificuldades das relações. O trio principal de atores – Rotem Sela, Yehuda Levi e Gal Malka – entrega atuações convincentes, dando vida a personagens que enfrentam dilemas morais e emocionais intensos.

A série destaca a diversidade étnica da sociedade israelense, refletida nas interações entre os personagens. A dinâmica entre Ellie, Ido e Chen é especialmente cativante, revelando as tensões e frustrações que surgem quando se tenta separar emoções de transações comerciais. A frase de Chen, “Eu sou sua incubadora e você é meu caixa eletrônico”, encapsula a essência do conflito central da série.

Pontos Positivos e Negativos

A profundidade emocional e a complexidade dos personagens são os pontos fortes de “Um Corpo que Gera”. As atuações de Rotem Sela, Yehuda Levi e Gal Malka são notáveis, com cada um trazendo uma autenticidade que torna os dilemas dos personagens palpáveis e realistas.

No entanto, a série não é isenta de falhas. A falta de elementos artísticos notáveis na iluminação e direção pode deixar a produção com uma sensação de simplicidade visual. Ainda assim, a narrativa rica em drama compensa essa deficiência, mantendo o espectador envolvido ao longo dos episódios.

Conclusão

“Um Corpo que Gera” é altamente recomendada para aqueles interessados em questões de fertilidade e maternidade. Através de um roteiro bem elaborado e atuações excepcionais, a série oferece uma exploração profunda e comovente dos desafios da paternidade e dos complexos vínculos que se formam em torno da gestação por substituição. É uma obra que, embora ambientada em Israel, possui uma ressonância universal, capaz de tocar espectadores de qualquer parte do mundo.

Autor

Horas
Minutos
Segundos
Estamos ao vivo