Sim, pois naquele dia, o governo anterior se encerrava. Para muitos, seria a oportunidade e a esperança dos que acreditaram nos compromissos de campanha do então candidato Rodrigo Rollemberg.
Logo de cara tivemos uma transição mal conduzida, sem brilho, cheia de conflitos, mas, principalmente, sem objetivos. Ficamos na guerra de números e na disputa de egos entre os que saíam e os que queriam entrar.
Propostas, projetos e ações foram colocadas de lado para dar vazão exclusivamente à discussão sobre culpados e o tamanho do rombo.
Pra não dizer que não cumpriu absolutamente nada do que se comprometera, bem que o novo governador tentou evitar o toma lá dá cá que condenava, pelo menos com os distritais, e montou seu secretariado com apenas três indicações de políticos e/ou partidos. Leila do Volei, indicada pelo PRB, no esporte; a delegada Jane, indicação do deputado Israel na secretaria da criança; além da mais nova celebridade do secretariado, o Dr. Souto, indicado pelo Deputado Raimundo Ribeiro, menos pela Justiça e Cidadania, mais pela fotografia.
Os demais deputados distritais foram tidos como de segunda classe, e até para as esvaziadas administrações regionais, seus nomes foram preteridos.
Resumindo, o que a turma politizada do WhatsApp costuma dizer, entrou um time de segunda para comandar uma cidade de primeira.
O conflito passou a ser a marca do atual governo. Tem sido assim com os servidores, tem sido assim no estímulo ao conflito entre classes sociais, tem sido assim com fornecedores que não recebem, tem sido assim com os parlamentares mal tratados ao longo do ano e tem sido assim entre os próprios integrantes de governo, que mal conseguem conduzir as pastas que comandam. Inclusive, no que era chamado de núcleo duro de Rollemberg.
Rollemberg não pode ser considerado como um político qualquer. Ganhou uma eleição improvável. Já foi deputado distrital, federal, secretário de estado, além de senador da República, posições que poucos já ocuparam. Daí, não se pode desprezar tal currículo, é uma estória pra lá de exitosa. E quem gosta realmente de Brasília, não pode aceitar que ela seja jogada fora por erros e vaidades tão sem sentido, como foi este primeiro ano de governo. É um governo que se auto destrói, se podemos fazer uma comparação com as derrubadas desastrosas que assistimos em diferentes cidades, fruto da incapacidade em coordenar as ações desastradas da Agefis.
Porém, o que assusta realmente é a falta de capacidade para se mudar de rumo. É sempre o mais do mesmo. Parece disco arranhado. A tecnocracia manda, a capacidade gerencial é pífia, e a vida pelo retrovisor não deixa o governo andar para a frente. Se comunica mal, uma turma sem traquejo, que assitimos ouve na TV, ouvimos no rádio, ou lemos no jornal e nos sites, mas não sente firmeza. Falta alguém para bater a mão na mesa e gritar em alto e bom tom. Se essas são as alternativas que esta equipe pode oferecer, está na hora de tomarmos atitudes para mudar. Afinal, este time já deu o que tinha que dar.
Fraco como está em popularidade, Rollemberg caminha ladeira abaixo para que seu governo sirva apenas para alimentar a teoria da conspiração, pois nenhum político ou integrante partidário deixa de avaliar as pesquisas de popularidade sem pensar na sua própria sobrevivência futura. Isto é básico na política e salta aos olhos na medida em que se vê a movimentação dos que estiveram com Rollemberg na eleição passada e que já se assanham como majoritários para 2018.
Atitude para mudar não é uma mensagem deste articulista, mas um comando do próprio grupo que construiu a vitória em 2014. É uma pena ver isto sendo jogado fora de forma tão despropositada. Sete por cento de aprovação popular é para derrubar qualquer governo em qualquer canto do mundo, inclusive no DF. Estamos quase submersos. A água está na altura dos olhos, só não vê quem não quer.
A cidade está feia, cheia de buracos, mato alto, e as três áreas mais importantes estão conduzidas por um insosso, um pavão e uma interina. Assim não há governo que sobreviva.
Quem realmente acreditou e ainda acredita neste projeto, devem ser os primeiros a abrir caminho para que as mudanças sejam feitas.
Afinal, o povo não suporta mais esperar, não aguenta mais conflitos e, principalmente, está de saco cheio de incompetência. Uma doença tão visível quanto a reprovação popular. No entanto, com uma diferença. Se demorarem mais a iniciar o tratamento, ela se tornará incurável e a estória de governador de um mandato só, vai se cristalizar a passos largos.
Governador, há vida política inteligente além dos que lhe rodeiam. Dá uma sacudida no seu governo. Traga nomes que imponham respeito e não que se mostrem afáveis e manejáveis por quem quer que seja.