Coluna do Celson Bianchi

Três perguntas para… Sandro Avelar – ex-secretário de Segurança pública  do DF

Celson Bianchi- Todos estamos acompanhando a queda-de-braço entre o GDF e a PC, com paralisações, entregas de cargos e chefias. É justo o pleito dos policiais civis?
Sandro Avelar: Justíssimo! A polícia do DF está há muitos anos sem reajuste algum. Eu mesmo acompanhei, enquanto secretário de segurança, as ponderações do governo local acerca da impossibilidade de reajustar os salários dos policiais daqui enquanto não houvesse solução para a questão salarial da Polícia Federal. Ora, se o governo federal, finalmente, reconheceu a imensa defasagem salarial dos policiais federais em relação a outras carreiras que tiveram reajustes significativos ao longo dos últimos anos, e se comprometeu a diminuir essa diferença a partir de janeiro de 2017, é justo e dar-se o mesmo tratamento aos policiais do DF.
CB- A população não é a maior prejudicada com a radicalização do movimento na PC?
SA: Sem dúvida, mas as lideranças classistas, nessa hora, vivem um impasse. Tenho certeza que o intuito não é trazer prejuízos à população, mas chamar a atenção para um problema real que vem desestabilizando a categoria. Salários dignos e um relativo equilíbrio entre os órgãos responsáveis pela persecução penal – polícia, ministério público e magistratura – são necessários para se manter relação saudável entre as instituições, em benefício da população. Infelizmente, o abismo que se criou entre essas categorias tende a desprestigiar os policiais frente aos demais. Negar a necessidade desse equilíbrio representa um preconceito aristocrático e desagregador.
CB- O aumento dos números na criminalidade tem relação com os movimentos reivindicatórios da polícia?
SA: Pode ter alguma relação, mas não é o fator principal. A falta de iluminação tem reflexos nos números da segurança, menores jogados nas ruas sem escola, desemprego, a falta de pavimentação e até a falta de poda em árvores onde os índices são tradicionalmente altos; tudo o que acontece ou deixa de acontecer em sociedade tem reflexo nos números da criminalidade. Imputar à polícia toda a responsabilidade em conter a violência é de uma estupidez sem limites.
Apoio
Secretário de Planejamento da gestão Rogério Rosso, o auditor de controle interno José Itamar Feitosa, vai reforçar o time de articuladores da Casa Civil do GDF. A cessão do servidor foi publicada ontem (10) no Diário Oficial.
Mais recursos
A Comissão de Assuntos Fundiários (CAF) da Câmara Legislativa se reuniu para apreciar dois projetos do Executivo que tratam da doação e da incorporação de imóveis. O objetivo, segundo o governo do Distrito Federal, é gerar “receitas próprias e perenes” no sistema previdenciário, reduzindo o déficit do setor. Aprovadas na CAF com o voto dos três deputados presentes, as proposições seguem em tramitação nas comissões antes de serem apreciadas pelo plenário da Casa.
Revelação
A paralisação de vigilantes que atuam na rede pública de Saúde revelou um dado assustador: o número de profissionais que fazem a vigilância do patrimônio público é quase o mesmo de médicos em atuação nos hospitais regionais: cerca de 3 mil. “É um absurdo a atividade fim ser tão desprovida de recursos humanos. Algo está errado”, disse um promotor de Justiça que prometeu apurar o fato.
Ministério Público
A propósito, no que depender do presidente Michel Temer (PMDB), o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bessa, será reconduzido ao cargo por mais dois anos. O nome dele tem a simpatia do assessor especial da Presidência Tadeu Filippelli, além de liderar a lista tríplice dos próprios promotores do Ministério Público do DF.
Arestas aparadas
Mais do que prestígio, a visita do presidente Michel Temer (PMDB) a casa do deputado federal Rogério Rosso (PSD/DF) ocorrida no fim de semana, mostra que as mágoas em torno da eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados são coisas do passado. Os dois, além de líderes de outros partidos, estiveram reunidos para discutir a aprovação da PEC 241, que limita os gastos públicos.
Vem_aí
Duas das maiores redes de televisão voltadas ao segmento evangélico do país, a Rede Gênesis e a Boas Novas (RBN), comandadas pelas igrejas Sara Nossa Terra e Assembleia de Deus, respectivamente, vão fundir suas programações a partir de novembro. Sem espaço nas praças do Rio de Janeiro e São Paulo, a Gênesis – do ex-deputado federal bispo Robson Rodovalho – buscou a parceria da RBN, que tem inserção no Sudeste, além da Região Norte. O contrato prevê que cada uma das emissoras terá programação para 12 horas diárias, incluindo o tempo de publicidade.
Reflexão do dia 

O saudoso Dr. Ulysses Guimarães dizia: “a única coisa que mete medo em político é a voz rouca das ruas”. E não tenho dúvida que a “voz rouca das ruas” ensina a construir um Brasil melhor. Quem legisla ou governa precisa compreender que para eleger prioridades é necessário ouvir o povo. 

Izalci Lucas (PSDB)- deputado federal 

Fonte: Jornal Alô Brasília 

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