“Eu comecei do zero. Sem nada mesmo”, conta orgulhosamente Eliane Pereira Alves, a mineira de 38 anos, que chegou em 2019 no Distrito Federal, às vésperas de uma pandemia sem precedentes, desempregada e com três filhos. Atualmente, estabilizada financeiramente, ela chega a ganhar R$ 200 mil mensais com reciclagem.
Os primeiros passos foram dos mais ousados possíveis. “Eu gastei todo o meu primeiro Auxílio Emergencial na compra de uma balança digital. Depois fui a um ferro velho propor uma parceria. Conseguimos uma Kombi e começamos.
Em 15 dias fizemos R$ 600. Daí eu deixei de ser catadora e comecei a ser compradora de sucata. Foi quando tudo começou de fato”, descreve a empreendedora durante o d’Aguiar Podcast, apresentado por Renata d’Aguiar, no canal Rádio Corredor, no YouTube.
A partir disso, a Galega da Sucata, como ficou conhecida a moradora de Sobradinho, passou a trabalhar investindo em firmar parcerias e fazer gestão dos valores do material catado. Depois dessa etapa, o lucro começou a aparecer no caixa da empresária.
Porém, ela encontrou muitos desafios, entre eles o fato de apenas 53% do lixo do DF ser fruto de coleta seletiva. No Brasil, 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA).
Em relação aos países desenvolvidos, o caminho a percorrer é ainda mais longo. Na Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem alcança 67%.
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021, divulgado pela Abrelpe, o Brasil contabilizou 27,7 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis.
Outra dificuldade é o fato de a mistura de resíduo domiciliar com material da construção civil também ser prejudicial ao meio ambiente.
No Podcast abaixo ela conta como conseguiu tamanha proeza…