Paralisação entra no terceiro mês; categoria quer URP integral e sem desconto futuro
Após decidirem, em assembleia realizada nesta semana, pela continuidade da greve que já dura dois meses, os técnicos administrativos da Universidade de Brasília (UnB) intensificaram as articulações políticas para avançar nas negociações. A categoria agora busca o apoio de ex-reitores da instituição para fortalecer o movimento e viabilizar a criação de uma mesa de diálogo entre representantes do SINTFUB (Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília), Comando de Greve, Reitoria, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Advocacia-Geral da União (AGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).
Deflagrada em março, a greve reivindica o pagamento integral e permanente da parcela de 26,05% do salário, conhecida como URP (Unidade de Referência de Preços), que foi reconhecida como direito da categoria em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro de 2024. O percentual é incorporado aos salários dos técnicos da UnB há mais de 30 anos.
Embora o STF tenha validado o direito ao recebimento da URP, a Corte, em consonância com parecer da AGU, defende que o percentual continue sendo pago desde que haja um redutor progressivo nos salários, o que é amplamente rejeitado pelos grevistas. A proposta do governo é considerada uma forma de “perda gradual de direitos adquiridos” e foi um dos principais motivos para a manutenção da paralisação.
A mobilização dos servidores técnicos visa pressionar o governo federal a reconhecer, sem restrições, o direito consolidado pelo pagamento da URP e a abrir um canal efetivo de negociação. A expectativa da categoria é que, com o apoio institucional de ex-reitores e maior articulação política, seja possível romper o impasse e garantir a valorização dos profissionais que atuam na base da universidade
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