O governo agradece a greve

O movimento dos técnicos em enfermagem está cada vez mais sem controle e, pelo que se tem notícia, sem gerar resultados. Acompanhados pelos sindicalistas do Sindate, os grevistas estiveram na Câmara para fazer barulho. Fizeram tanto a ponto do presidente interino, Juarezão (PSB), ter de suspender a sessão de terça-feira (8).  Ao contrário do que geralmente ocorre com outros servidores em paralisação, os técnicos em enfermagem não conseguiram apoio em peso dos deputados distritais.

Outros sindicatos que representam funcionários do GDF reclamam nas reuniões que o Sindate teria “queimado a largada” ao decretar a greve antecipadamente. Culpam um estrategista contratado pela direção da entidade representativa. Agora, com a decisão da justiça de declarar ilegal o movimento, gerando inclusive multas ao Sindate, o governador Rodrigo Rollemberg não tem se mostrado nem um pouco favorável a abonar os pontos dos servidores pelos dias parados. De outro lado, a direção do Sindate não consegue mais acalmar os ânimos dos grevistas.
Esse cabo de guerra pode ter um risco: a falta do meio termo e do bom senso. A intransigência de Rollemberg desperta a ira dos grevistas e os faz polarizar ainda mais essa briga. O resultado é que a categoria acabou entrando numa situação difícil, afinal como deixarão a greve sem conquistar ao menos algum dos itens reivindicados?
O breve resumo mostra ainda que a direção do sindicato está sem saída. Na assembleia realizada ontem, a categoria já deu sinais de que não vai amolecer com o governo e que não está muito interessada em apaziguar os ânimos.
Em último apelo, um dos diretores da entidade chegou disparar sobre outros sindicatos no carro de som: “Os demais sindicatos estão esperando o que?”, questionou. E continuou provocando ao recordar que o ato unificado está marcado para amanhã,. “Se eles não entrarem [em greve], teremos que repensar o movimento, pois seremos a linha de frente e não colocaremos a cabeça a prêmio. Sozinhos, não podemos avançar muito”, discursou.
Ontem mesmo, parte da direção chegou a ser recebida no Palácio do Buriti. Mas a visita não foi como esperada. Ao chegar o convite, a notícia dava conta de que eles seriam recebidos pelo chefe do Executivo ou emissário imediato. No entanto, acabaram tomando café e água na sala de uma assessoria do segundo escalão. Em tempo: cada dia de greve, de acordo com a Justiça, rende ao Sindate R$ 50 mil de prejuízo.
Nada contra ninguém, mas uma lida com calma irá ajudar a tirar muitas conclusões construtivas. 
 Com a crise econômica, Rollemberg deve estar gostando…     
Fonte: Redação                  

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