Hoje o meio político está de luto com a morte do ex-governador Joaquim Roriz, o maior nome da política do Distrito Federal. Roriz governava realmente para os pobres lembro bem quando ele falava que o Paranoá era a sua “filha.”
Comecei minha carreira na comunicação acompanhando o governador com uma velha câmera nos ombros. Suas visitas ao Paranoá era uma atração a parte.
Seus discursos eram divertidos e eloquentes. Lembro por várias Roriz perguntar: “Quem aqui está passando fome por favor levante o braço,” por várias vezes, ninguém se manifestava. Eu sempre aguardava ansioso alguém levantar a mão e o colocar em saia justa.
Mas um dia uma senhora bem pobre do Paranoá teve a ousadia de levantar a mão. Ela gritou no meio da multidão disse que estava passando muita necessidade. Roriz a chamou no palco e se debulhou em lágrimas abraçado a junto personagem, a plateia delirava com o gesto de Roriz.
Pensei que era mais um “caô”, encenação política ou algo do tipo, só que não, Roriz mandou o pessoal da Secretaria de Solidariedade cadastrar a senhora. Tive a curiosidade de saber se a história teria um desfecho.
A mãe solteira que morava com seus cinco filhos em um barraco de madeira que era uma limpeza de dar gosto, recebeu duas cestas básicas emergenciais, além de ser cadastrada no programa pão e leite.
Juro que nunca um político havia me emocionado tanto. Essa mãe de cinco filhos de forma espontânea conseguiu uma foto de Roriz e como gratidão colou na sua cozinha junto a uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida.
Roriz gostava de gente teve suas falhas como qualquer ser humano. Quem somos nós para julgar ou apontar?
O goiano de sorriso largo deixou um grande legado que é gostar de gente. Toda a política de Brasília fica órfã.
Roriz crava seu nome na história ao lado de Juscelino Kubitschek.
Que a pátria espiritual o receba de braços abertos.
Fonte: Redação