Se depender do governo, o povo fica desdentado

Por Elton Santos/Guardian DF
Uma especialidade frisada pelo ex-secretário Fábio Gondim de que era uma necessidade latente na rede de saúde do DF parece ficar apenas na demagogia das palavras. Com poucos profissionais atuando, a odontologia na capital é uma das piores em cobertura.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no DataSUS, até agosto do ano passado, o governo local tinha apenas 27% de cobertura. Atualmente, uma pessoa espera até três anos na fila dos postos de saúde por atendimento.
Guardian DF recebeu denúncia de que a gerência de Odonto da SES dizia não ter intenção de convocar novos dentistas. À reportagem, a Pasta disse que “não é a Gerência de Odontologia o setor responsável pelas nomeações, mas a Subsecretaria de Gestão de Pessoas”.
Disso Guardian DF sabe bem. Por isso questionou se o departamento responsável tem previsão para nomeações de dentistas. Não. Essa foi a resposta. Vale ressaltar que o último concurso para esse cargo foi em 2007 e vence em dezembro desse ano.
“A pasta informa, ainda, que entende como essencial esta especialidade e, tão logo seja permitido, reforçará o quadro, de forma a ampliar a assistência à população e reduzir o tempo de espera por consultas ambulatoriais”.
A falta de especialistas traz suas consequências. Um levantamento feito pela Gerência de Odontologia da Secretaria de Saúde, com análises de casos entre 2009 a 2015, mostrou que dos 130 pacientes diagnosticados câncer, pelo menos 53 deles foram a óbito, ou seja, 40,8%. Mesmo assim, enquanto mais de mil médicos foram nomeados, somente 5 dentistas estavam na lista.

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