Secretário de Mobilidade é alvo de operação contra desvio no Dnit

O secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob), Valter Casimiro, é um dos alvos da operação Circuito Fechado, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (3). A ação apura supostos desvios de R$ 40,5 milhões no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), órgão do qual ele foi diretor-geral em 2015.

Durante a manhã, agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do secretário. A Justiça também permitiu a quebra do sigilo bancário dele. De acordo com as investigações, enquanto diretor do Dnit, Valter Casimiro assinou um contrato de R$ 4,1 milhões com uma empresa acusada de irregularidades

A Semob informou que o secretário está viajando a serviço e ainda não tomou conhecimento da investigação. “Tão logo retornar, irá prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários”. Até a última atualização, a reportagem tentava contato a defesa de Valter Casimiro.

Já o Dnit disse, em nota, que os contratos investigados foram suspensos e que colabora com a apuração da polícia. “O Dnit reafirma estar em permanente contato com os órgãos de controle e que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública”.

Operação Circuito Fechado

Além das buscas na residência do secretário da Semob, a operação cumpriu nove mandados de prisão temporária e 44 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito FederalSão PauloGoiás e Paraná.

De acordo com a PF, os supostos desvios ocorreram por meio de “contratações fraudulentas” de uma empresa do ramo de tecnologia. São investigados três contratos firmados entre 2012 e 2019.

A ação desta quinta é a segunda fase da “Operação Gaveteiro”, deflagrada no dia 6 de fevereiro para apurar o desvio de R$ 50.473.262,80 do Ministério do Trabalho, por meio da contratação irregular dessa mesma empresa.

Fachada da sede do Dnit, em Brasília — Foto: Google/Reprodução
Fachada da sede do Dnit, em Brasília — Foto: Google/Reprodução

Após a coleta de provas, a PF constatou um esquema que envolvia empregados e revendedores da companhia. A investigação apontou ainda que o grupo criminoso vendia ferramentas de tecnologia aos órgãos públicos, “sempre por meio de licitações fraudadas”.

De acordo com a PF, essa operação deve ter novas fases nos próximos meses. “A coleta do extenso material probatório traz fortes indícios de que a empreitada criminosa levada a cabo no bojo do DNIT foi apenas um dos tentáculos lançados pelo grupo criminoso. Não estamos diante de um fato criminoso isolado na vida dos investigados”.

Segundo a investigação, é possível que haja licitações fraudulentas e serviços forjados em outros órgãos como Caesb, TRF-4, Codevasf e Prodemge.

 

Autor

Horas
Minutos
Segundos
Estamos ao vivo